O Tribunal de Santa Maria da Feira começou esta terça-feira a julgar um jovem de 21 anos acusado de ter agredido violentamente um colega da escola, em Oliveira de Azeméis, no distrito de Aveiro, em 2018.

Nas primeiras declarações ao tribunal, o arguido, que está acusado dos crimes de ofensa integridade física grave e omissão de auxílio, disse que foi provocado pelo ofendido e que ambos se envolveram numa luta após uma troca de palavras.

“Ele veio ao meu encontro e deu-me um empurrão”, explicou o arguido, adiantando que ambos se envolveram numa luta corpo a corpo.

O arguido admitiu ter dado “dois murros” no rosto do ofendido, negando, contudo, as agressões na cabeça, como refere a acusação do Ministério Público (MP).

Confirmou ainda que após a contenda, deixou o colega prostrado no chão e foi para a sala de aula, mas garantiu que lhe teria prestado auxílio se soubesse o estado em que ele estava.

Os factos ocorreram a 30 novembro 2018, cerca das 08h40, junto à paragem do autocarro, situada frente à Escola Secundária Dr. Ferreira da Silva, em Cucujães, Oliveira de Azeméis.

Segundo a acusação do MP, consultada pela Lusa, o arguido e o ofendido, ambos então com 17 anos, discutiram e envolveram-se em agressões mútuas, tendo o primeiro desferido vários murros e pontapés na cabeça e em outras partes do corpo do colega.

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Após o termo da luta, o ofendido ficou cambaleante e caiu ao chão, perdendo os sentidos.

A acusação refere ainda que, apesar de ver que o ofendido não estava bem, o arguido abandonou o local e dirigiu-se para o interior da escola, deixando o colega entregue à sua sorte, não lhe prestando qualquer auxílio.

A vítima foi socorrida pelos Bombeiros que a transportaram para o Hospital de Santa Maria da Feira, donde foi transferida para o Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia, dada a gravidade do seu estado de saúde, onde chegou em coma.

Na sequência da agressão perpetrada pelo arguido, o ofendido sofreu um traumatismo crânio encefálico e cervical seguido de Acidente Vascular Cerebral que lhe deixaram sequelas neurológicas.

Em maio de 2019, o ofendido era titular de um Atestado Médico de Incapacidade Multiuso que lhe atribuiu 87% de incapacidade.