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Nicola Sturgeon demite-se do cargo de primeira-ministra da Escócia. "É o tempo certo para mim, para o meu partido e para o meu país"

Este artigo tem mais de 1 ano

Nicola Sturgeon renuncia ao cargo de primeira-ministra e à liderança do Partido Nacional Escocês. “Parte de servir bem é saber, quase instintivamente, quando é altura de abrir caminho a outra pessoa".

epa08420031 Nicola Sturgeon, MSP First Minister of Scotland, during a special coronavirus Covid-19 First Ministers Questions at the Scottish Parliament Holyrood Edinburgh Edinburgh, Scotland, Britain, 13 May 2020.  EPA/FRASER BREMNER/SCOTTISH DAILY MAIL / POOL
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Nicola Sturgeon é primeira-ministra da Escócia desde novembro de 2014

FRASER BREMNER/SCOTTISH DAILY MAIL / POOL/EPA

Nicola Sturgeon é primeira-ministra da Escócia desde novembro de 2014

FRASER BREMNER/SCOTTISH DAILY MAIL / POOL/EPA

Nicola Sturgeon anunciou a sua renúncia ao cargo de primeira-ministra e à liderança do Partido Nacional Escocês (Scottish National Party, SNP) numa conferência de imprensa em Bute House, residência oficial da primeira-ministra, em Edimburgo.

“É o tempo certo para mim, para o meu partido e para o meu país”, disse Sturgeon que incumbiu o partido de começar o processo de eleição de uma nova liderança e vai permanecer no cargo até ter sucessor.

Diz que, desde os primeiros momentos no cargo, acreditou que “parte de servir bem é saber, quase instintivamente, quando é a altura certa de abrir caminho a outra pessoa”.  Mesmo que outras pessoas considerem que seja muito cedo, Sturgeon afirma: “Na minha cabeça e no meu coração, sei que a altura é agora”.

A primeira-Sturgeon ministra descreveu o seu trabalho como “o melhor do mundo” e diz que tem sido um “privilégio sem medida”. Referiu o “orgulho” que sente em ter sido não só a primeira mulher no cargo de primeira-ministra da Escócia, como também a pessoa que o ocupou durante mais tempo e no que foi alcançado durante o seu mandato.

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Afirma que esta decisão não é uma reação. “Claro que há assuntos difíceis a confrontar o governo agora, mas quando é que não as há?”. Esta decisão pode parecer repentina, mas “vem de uma avaliação longa e profunda” e que tem “estado a lutar “ com ela.

Tem tentado responder a duas questões: “Será que continuar é o correto para mim?” e “Mais importante, será que eu continuar é o mais correto para o país, para o meu partido e para a causa da independência à qual tenho dedicado a minha vida?”, afirmou a primeira-ministra. “Percebo porque é que algumas pessoas responderiam automaticamente ‘sim’ à segunda pergunta. Mas, na verdade, tenho tido que trabalhar mais para me convencer de que a resposta a qualquer uma delas, quando examinando em profundidade, é sim, e cheguei à difícil conclusão de que é não”.

Lembra que é primeira-ministra há oito anos. Não espera “violinos”, mas “é um ser humano tanto quanto política”, diz. “Dar tudo de si a este cargo é, absolutamente, a única maneira de o fazer”, afirma Sturgeon e acrescenta que é um cargo a tempo inteiro, especialmente nos tempos que vivemos, em que algo tão banal como “tomar café ou passear o cão se torna muito difícil”.

Confessa que conduzir o país durante a pandemia foi a tarefa mais que já teve e que alguma vez terá e diz que só recentemente se apercebeu do “impacto físico e mental” que o processo teve em si. Se a única pergunta fosse: “Posso continuar a combater nos próximos meses? A resposta é sim”. Contudo, afirma não conseguir continuar a dar ao cargo “tudo o que exige e merece”.

A primeira-ministra afirmou que a decisão não teve por base “pressões a curto prazo”, como por exemplo as divisões no seu partido causadas pelo tema os direitos transgénero. Disse, por outro lado, que no que toca à questão da independência da Escócia, a sua saída “dá liberdade ao SNP para escolher o caminho que acredita ser o correto”, e este será discutido numa conferência especial no próximo mês.

Sturgeon ficou debaixo de polémica quando, já este ano, obrigou à transferência de prisão de um transgénero. Adaam Graham decidira mudar de sexo durante um processo judicial em que é julgado por duas violações e fora colocado numa cadeia feminina. Intervenção de primeira-ministra obrigou a mudá-lo para uma cadeia masculina.

A primeira-ministra escocesa nada disse sobre essa controvérsia, nem sobre as dificuldades com a independência do Reino Unido ou as dificuldades que o Brexit levantou ao país. Pelo contrário, explicou que tem tentado responder a duas questões: “Será que continuar é o correto para mim?” e “Mais importante, será que eu continuar é o mais correto para o país, para o meu partido e para a causa da independência à qual tenho dedicado a minha vida?”

A notícia de que Nicola Sturgeon, a primeira-ministra da Escócia, iria renunciar ao cargo, surgiu esta manhã. A líder do Partido Nacional Escocês (Scottish National Party) é primeira-ministra da Escócia desde novembro de 2014 e tornou-se a pessoa há mais tempo no cargo daquele país. Não se sabe ainda quando deixará as funções.

Uma fonte próxima de Nicola Sturgeon disse à BBC que para ela “já chega” (she had “had enough”).

Depois da conferência de imprensa de Nicola Sturgeon, começaram a surgir reações à sua renúncia. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, agradeceu-lhe publicamente numa publicação no Twitter.

O presidente do SNP também recorreu à rede social para prestar homenagem à primeira-ministra considerando “extraordinária e brilhante” a liderança que conduziu do partido e do país. “como amigo há 30 anos desejo-lhe o melhor e aguardo que continue a sua enorme contribuição para o bem estar e sucesso da nossa nação.”

O líder do Partido Trabalhista, Keir Starmer, elogiou a primeira-ministra escocesa escrevendo na sua conta de Twitter: “Nicola Sturgeon tem estado na linha da frente, não só da política escocesa, mas também do Reino Unido, há mais de duas décadas. Serviu com dedicação e paixão. Desejo-lhe o melhor para os próximos passos”.

Leo Varadkar, o primeiro-ministro da Irlanda, prestou tributo a Nicola Sturgeon através de um comunicado, qual a destaca como uma verdadeira europeísta. “Eu sempre achei a Nicola uma pessoa muito calorosa, articulada e atenciosa e uma política muito capaz, que mostrou um enorme compromisso para com o seu país.”

Na véspera de anunciar a sua renúncia ao cargo de primeira-ministra da Escócia e líder do SNP, Nicola Sturgeon publicou a imagem de uma paisagem de Meikle Bin, com a legenda: “A vista do topo de Meikle Bin em Campsies – bom para a alma”.

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