E vão 10. Com a vitória deste sábado frente ao Rio Ave, o Dragão, o FC Porto chegou aos 10 triunfos consecutivos, o melhor registo no espaço de um ano. A equipa de Sérgio Conceição não perde há 22 partidas seguidas, desde a derrota com o Benfica no final de outubro, e ficou à condição a dois pontos da liderança dos encarnados.

A noite em que, no Dragão, não importava quem ganhava: seria sempre por e para Atsu (a crónica do FC Porto-Rio Ave)

Ainda assim, os resultados magros do FC Porto começam a ser uma evidência: os dragões venceram os últimos três jogos pela margem mínima e este foi mesmo o resultado mais curto em casa em toda a temporada, naquela que foi a primeira vez que a equipa de Sérgio Conceição ganhou no Dragão com apenas um golo marcado. Em sentido oposto, nos últimos sete encontros em casa, o FC Porto só sofreu dois golos — e concedeu sempre depois de estar a ganhar por três ou mais de vantagem.

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Contra o Rio Ave e com muitas ausências por lesão, os dragões ganharam com um golo solitário de Toni Martínez mas acabou por ser Stephen Eustáquio a grande figura do jogo. O internacional canadiano voltou ao onze e foi o melhor elemento do FC Porto — principalmente a partir do momento em que subiu no terreno, numa alteração tática proporcionada por Sérgio Conceição à meia-hora –, acabando mesmo por ser eleito o Homem do Jogo.

“Sabíamos que ia ser muito difícil. O Rio Ave tem uma excelente equipa, jogam juntinhos e são muito agressivos. Tem uma linha cinco defesas, dois médios muito experientes e alas e avançados rápidos. Podíamos ter controlado melhor o jogo. Tivemos ocasiões para fazer o 2-0 mas, infelizmente, não conseguimos. Quisermos controlar o jogo até ao final. O Rio Ave foi atrás do resultado e criou algum perigo mas tivemos mais do que ocasiões para fazer o 2-0. Mas lá está, é a consistência. Não sofremos golos e ganhámos”, explicou Eustáquio na flash interview.

Mais à frente, quando confrontado com o impacto das ausências, o médio desvalorizou. “Percebo a pergunta mas essa é uma desculpa para os fracos. Temos um plantel recheado de talento, com gente trabalhadora e humilde. Temos muitas baixas, é verdade, fizemos 10 jogos em 30 dias numa intensidade muito forte. Todos sabem como jogamos, pressionamos muito e isso sai do cabedal. Mas trabalhamos todos para dar o máximo. Quem joga dá o máximo e correu bem. Benfica? O que queremos é continuar a ganhar e fazer o nosso trabalho. Jogar primeiro ou depois pouco importa. O importante é ganhar. Agora temos de pensar no jogo com o Inter, que é já na quarta-feira”, acrescentou, antecipando desde logo a deslocação a Milão para a primeira mão dos oitavos de final da Liga dos Campeões.

Já Sérgio Conceição, também na zona de entrevistas rápidas, recordou que tinha alertado para a dificuldade do jogo. “Eu sabia, fui alertando durante a semana. Um jogo difícil e num contexto difícil também para nós, onde o público foi muito importante nos momentos difíceis. Fizemos o golo a acabar a primeira parte, num bom momento. Tivemos três ocasiões para fazer o 2-0 na segunda parte. É verdade que, na parte final, até podiam ter empatado o jogo. De qualquer das maneiras é uma vitória justa. Sabíamos que ia ser um jogo dentro deste grau de dificuldade. Corrigimos ao intervalo algumas situações que foram importantes para o jogo e fizemos uma segunda parte mais bem conseguida do que a primeira. É um jogo de Campeonato, valeu pelos três pontos e há jogos assim. Houve jogos em que em termos exibicionais, se calhar, estivemos um bocadinho melhor e perdemos os três pontos”, começou por dizer, antes de explicar as alterações táticas e estratégicas que realizou à meia-hora.

“Tentámos mudar o nosso momento sem bola, onde era importante os nossos médios não estarem paralelos. Foi importante também ter o Toni [Martínez] e o Medhi [Taremi] dentro da mesma linha e o Pepê e o [André] Franco a saltarem os dois nos médios. Na segunda parte estivemos melhor, principalmente quando tínhamos a bola e o Rio Ave estava num bloco médio-baixo. Conseguíamos chegar lá com a largura. Criámos situações em que devíamos e podíamos ter definido melhor”, explicou Sérgio Conceição.

Por fim, o treinador do FC Porto abordou os problemas físicos que Diogo Costa sentiu na segunda parte, na perna esquerda, e que durante um instante pareciam ser suficientes para retirar o internacional português do jogo. “Se tivermos mais um ou outro de fora, temos de andar. Se não houver Diogo, há Samuel Portugal. Não me tenho queixado das baixas. É bom para os treinadores ter as boas dores de cabeça e não as más”, terminou.