O chefe da estação de comboios de Larissa, na Grécia, é suspeito dos crimes de homicídio por negligência, ofensa à integridade física por negligência e perturbação da segurança do transporte, um conjunto de acusações que podem traduzir-se numa pena de cadeia entre os 10 anos e a prisão perpétua, na sequência do violento acidente ferroviário que, segundo as informações mais recentes, fez 47 mortos na noite de terça-feira.
De acordo com os meios de comunicação social gregos, citados pela agência Efe, o chefe da estação de comboios, de 59 anos, terá sido o principal responsável pelo acidente.
Detido na quarta-feira, o funcionário admitiu, perante as autoridades, a sua responsabilidade no erro cometido, que levou a que um comboio com 342 passageiros e 10 tripulantes a bordo tenha sido encaminhado para a mesma linha que um comboio de mercadorias que vinha na direção contrária, com dois maquinistas.
O violento choque levou à morte de pelo menos 47 pessoas, com as equipas de busca e salvamento ainda à procura de sobreviventes no meio dos destroços.
Pelo menos 57 pessoas ainda se encontravam hospitalizadas, das quais seis estavam nos cuidados intensivos. Segundo a Efe, a maioria das vítimas eram jovens universitários que estavam a voltar a casa, em Tessalónica, após as férias.
Na sequência do acidente, o sindicato dos maquinistas gregos, Kostas Geridunias, veio a público lamentar o mau estado da linha ferroviária que une Atenas e Tessalónica, as duas maiores cidades da Grécia, onde tudo funciona ainda de forma manual, sem sistemas automáticos de alerta que poderiam mitigar os impactos do erro humano.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, também já afirmou publicamente que o acidente mortal teve origem num erro humano.
O elevado número de vítimas e feridos levou a uma grande mobilização por parte da sociedade grega nos donativos de sangue e também levou as autoridades a pedir aos familiares dos passageiros que forneçam amostras de ADN, para que se possam identificar os corpos das vítimas mortais.