Cerca de 50 mil pessoas manifestaram-se esta quarta-feira em toda a Grécia após o desastre de comboio que há uma semana deixou 57 mortos e levantou uma onda de indignação no país, de acordo com um porta-voz da polícia grega. As imagens que começaram a circular na internet e nas televisões mostram momentos de grande tensão e mesmo violência, em confrontos dos manifestantes com a polícia.
A Grécia também está em grande parte parada devido a uma greve massiva nos setores público e privado, quando o estado de degradação da rede ferroviária e falhas técnicas foram apontadas para explicar a colisão frontal entre os dois comboios em 28 de fevereiro. Os protestos desta quarta-feira têm sido marcados por vários episódios de tensão e violência.
Clashes break out in Athens during a massive protest following the #greecetraincrash. #Greece pic.twitter.com/fbBO3ttpov
— Savvas Karmaniolas (@savvaskarma) March 8, 2023
Dezenas de universidades nas principais cidades gregas foram ocupadas por estudantes que pediram justiça em relação ao acidente ferroviário e protestaram contra o governo grego, que responsabilizaram pela falta de segurança na rede ferroviária.
Strike in Greece! Conflicts began. #Antireport #Greece #Streki #Athens#Τεμπη_έγκλημα #WomensDay pic.twitter.com/dFC9XMEaIm
— Partizan Yunanistan (@partizanGreece1) March 8, 2023
“Vamos derrubá-los”, “Assassinos”, eram frases escritas numa faixa gigante que os estudantes penduraram na reitoria da Universidade de Atenas.
Também para esta quarta-feira foi convocada uma greve geral de 24 horas no setor público e já era esperada uma grande mobilização em Atenas, assim como em Tessalónica, destino final do comboio de passageiros que esteve envolvido no acidente de 28 de fevereiro.
I filmed the general strike in Athens from many different streets and from many different angles.
For 4 years I have been following the street mobilisation in Athens and I can say that this is the biggest crowd I have ever seen. There are anti-government slogans all over the… pic.twitter.com/IHpcM2hyJO— Vedat Yeler (@vedatyeler_) March 8, 2023
A greve foi convocada pelo sindicato dos funcionários públicos (ADEDI) e conta com a adesão dos trabalhadores dos setores marítimos e transportes urbanos, além de médicos, professores e atores, que se uniram ao protesto dos funcionários das ferrovias, que entraram no oitavo dia consecutivo de greve para exigir a modernização das ferrovias do país.
A capital grega acordou sem metro, autocarro ou elétricos. Além disso, no porto de Pireu, próximo de Atenas, não há barcos ou ferries. O ADEDI especificou em conunicado que os trabalhadores exigem “que as políticas de privatizações sejam encerradas” no setor ferroviário e “que sejam investigadas as verdadeiras responsabilidades pelo crime”, numa referência ao choque dos comboios, que causou 57 mortes e ainda dezenas de feridos.
O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, admitiu no domingo a falta de medidas de segurança e de sistemas de controlo automatizados na rede ferroviária e pediu “perdão” a todos os gregos.
Acidente ferroviário. Confrontos violentos em Atenas culpam governo que pediu desculpa