Um atirador abriu fogo, esta quinta-feira à noite, num centro de Testemunhas de Jeová em Hamburgo, na Alemanha, provocando sete mortos. Entre as vítimas mortais, estavam dois homens e quatro mulheres, incluindo uma grávida de um bebé de sete meses. Numa conferência de imprensa citada pela Sky News, a polícia confirmou que o suspeito se matou após o tiroteio, disparando contra si.

O atirador era Philipp F, um homem de nacionalidade alemã, de 35 anos, tinha deixado aquela comunidade religiosa 18 meses antes, “aparentemente, não em bons termos”, descreveu Thomas Radszuweit, chefe de segurança do estado de Hamburgo, cita o jornal The Guardian.

A polícia de Hamburgo terá recebido em janeiro uma denuncia anónima que levantava preocupações em relação à saúde mental do atirador. O alerta indicava ainda que o homem teria adquirido munições para a sua arma de fogo (uma Heckler & Koch P30.), para a qual tinha licença. As autoridades visitaram Philipp F em fevereiro e não encontraram motivo de alarme. Em conferência de imprensa, Ralf Martin Meyer, chefe da polícia, adiantou que não havia bases legais para retirar a arma ao homem.

O incidente aconteceu pelas 21h15 locais, no distrito de Gross Borstel, a poucos quilómetros do centro da cidade. O porta-voz da polícia, Holger Vehren, especificou que as autoridades chegaram rapidamente ao local, onde se encontravam 50 pessoas reunidas, tendo ouvido pouco depois uma arma a ser disparada no primeiro andar do edifício onde fica o centro de Testemunhas de Jeová. As autoridades não tiveram de recorrer ao uso de armas. O atirador disparou contra si assim que viu a polícia.

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Oito pessoas (seis mulheres e dois homens) ficaram feridas, quatro delas em estado grave. Um dos feridos é do Uganda e outro da Ucrânia.

As autoridades adiantaram ainda não ter informações sobre as motivações do ataque. “As razões permanecem desconhecidas”, declarou Vehren, citado pela Associated Press.

No Twitter, a polícia de Hamburgo apelou à população para que não divulgasse teorias não fundamentadas sobre o ataque. Os residentes foram informados que devem permanecer em casa e que a restante população deve evitar a área, onde várias ruas foram encerradas.

Autarca de Hamburgo afirma que relatos de incidente são “chocantes” e apela à população que siga as instruções da polícia

O presidente da câmara de Hamburgo, Peter Tschentscher, reagiu ao ataque num centro de Testemunhas de Jeová. No Twitter, o autarca mostrou-se chocado com os relatos que lhe chegaram do incidente e apelou à população que siga as instruções da polícia.

“As minhas mais profundas condolências aos familiares das vítimas”, escreveu, acrescentando que os serviços estão a trabalhar para encontrar o autor ou autores do ataque e para esclarecer o que aconteceu esta quinta-feira à noite. O mesmo foi dito pelo senador do Interior, Andy Grote, que especificou que o “grande contingente” no local inclui membros das forças especiais.

Scholz lamenta “violência brutal”

O chanceler alemão, Olaf Scholz, lamentou esta sexta-feira o “ato de violência brutal” que causou mortos e feridos num centro religioso de Testemunhas de Jeová em Hamburgo, na quinta-feira à noite, sublinhando que os seus pensamentos estavam com as vítimas e respetivas famílias.

A ministra do Interior alemã, Nancy Faeser, também reagiu na rede social Twitter, afirmando-se “chocada com o terrível ato de violência perpetrado numa comunidade de Testemunhas de Jeová em Hamburgo”, no norte do país.

Também a comunidade das Testemunhas de Jeová disse que se encontrava “profundamente entristecida” com o ataque mortal contra os membros, depois de um serviço religioso na quinta-feira à noite, num centro em Hamburgo. “A comunidade religiosa está profundamente entristecida com a terrível morte dos seus membros (…) em Hamburgo”, afirmou, num comunicado publicado no próprio site.

“Várias pessoas perderam a vida e outras ficaram gravemente feridas”, acrescentou, embora as autoridades não tenham avançado com o número de vítimas.

Um porta-voz da polícia avançou aos jornalistas que havia “indícios que o autor do ataque” pudesse estar no edifício, “possivelmente até entre os mortos”.

As forças de intervenção “entraram no edifício muito rapidamente e encontraram ali pessoas mortas e gravemente feridas”, explicou o porta-voz, que não adiantou possíveis motivos para o tiroteio.