Cientistas pedem, num artigo publicado esta quinta-feira na revista Science, um tratado internacional juridicamente vinculativo que garanta que a órbita da Terra não será irreparavelmente prejudicada pela futura expansão da indústria espacial à escala mundial.

A posição é assumida por peritos em áreas como a tecnologia de satélites e a poluição dos oceanos por plásticos.

Alguns dos especialistas estiveram na génese do compromisso para um tratado global contra a poluição de plásticos que foi assumido em março de 2022 por mais 170 países na Assembleia das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Segundo os peritos, qualquer tratado vinculativo para a proteção da órbita terrestre contra a poluição por lixo espacial deve incluir medidas que responsabilizem fabricantes e utilizadores de satélites (e seus detritos) a partir do momento em que são lançados para o espaço. Os custos comerciais devem ser considerados na responsabilização.

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As estimativas apontam para que até 2030 haja mais de 60 mil satélites na órbita da Terra, onde circulam milhares de milhões de restos de antigos satélites não rastreados.

A universidade britânica de Plymouth, que tem cientistas a subscreverem a ideia de um tratado internacional para a defesa da órbita da Terra, adverte em comunicado que “há receios de que o crescimento previsto na indústria” espacial “possa inutilizar grande parte da órbita terrestre”.

A investigadora Kimberley Miner, da agência espacial norte-americana (NASA), que assina o artigo da Science, realça que a “minimização da poluição da órbita baixa da Terra permitirá manter a exploração espacial e o crescimento da tecnologia espacial” com impacto na vida humana.