Roger Schmidt desdramatizava antes do encontro na Madeira frente ao Marítimo o facto de o FC Porto ter jogado e ganho antes ao Estoril. “Perguntam-me sempre a mesma coisa mas para nós não muda nada por jogarem antes, cada encontro é um obstáculo e isso não tem qualquer impacto no nosso jogo”, dizia o alemão, despreocupado com essa vantagem reduzida a cinco pontos à condição. E se é verdade que a chegada ao Funchal durou três horas a mais do que era suposto, nem por isso houve qualquer tipo de atraso nessa caminhada na liderança do Campeonato. Mais: no momento das decisões, atravessa o seu melhor momento.

João Mário, um ator sempre principal que chegou mais cedo ao Funchal para filmar como vilão e herói (a crónica do Marítimo-Benfica)

Os insulares não atravessam propriamente uma boa fase, averbando a sexta derrota nos últimos sete jogos e continuando numa posição de “aflitos” na classificação. No entanto, e como José Gomes admitiu no final da partida, também não era por aqui que passavam os pontos para lutar pela salvação. E a explicação é simples: este é o melhor Benfica da temporada, com oito vitórias consecutivas no Campeonato a serem carimbadas com 21 golos marcados e apenas um sofrido. Mas o feito não fica por aqui, numa liderança indiscutível com oito pontos a mais do que o FC Porto que tem ainda lugar para o melhor ataque (61 golos marcados) e a defesa menos batida (13 golos consentidos) – os 65 pontos em 72 possíveis à 24.ª jornada são o melhor em mais de uma década na Liga (desde 2010/11) e em 50 anos no clube da Luz (1972/73).

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“Era um jogo esperado. Na minha opinião estivemos muito bem, mostrámos muita intensidade e precisão com a bola. Pressionámos alto e penso que foi um bom jogo. Precisámos de alguma paciência porque desperdiçámos algumas oportunidades muito boas na primeira parte. Penso que foi bom para a equipa marcar um golo antes do intervalo. Depois do intervalo, avançámos para a decisão do jogo e estivemos muito bem, com golos muito bons. Merecemos ganhar. A minha equipa esteve muito bem”, começou por comentar Roger Schmidt, técnico dos encarnados, na zona de entrevistas rápidas da Sport TV.

“Produção ofensiva? O David [Neres] marcou dois golos e acho que ele jogou muito bem. Estou muito satisfeito com o desempenho de todos os jogadores. Fizemos mais um jogo muito bom fora de casa. Queríamos ter o três pontos depois do jogo e voltámos a consegui-lo. Tenho de dar os parabéns à equipa”, acrescentou de seguida sobre um encontro onde David Neres bisou pela primeira vez desde que chegou aos encarnados, Grimaldo voltou a fazer duas assistências, João Mário marcou e assistiu apesar de ter falhado uma grande penalidade ainda com 0-0 e Fredrik Aursnes assumiu o papel de MVP pela grande exibição.

Em paralelo, Schmidt abordou também as estreias de Schjelderup e Tengstedt, reforços de inverno que já tinham sido utilizados pela equipa B e que aproveitaram as ausências de Rafa, Draxler e Gonçalo Guedes para somarem os primeiros minutos no conjunto principal. “O arranque está feito para eles. Tiveram de esperar muito tempo mas foi claro quando eles chegaram na janela de inverno que precisavam de fazer uma pré-época, de oito semanas para estarem preparados. O meu trabalho é também cuidar de todo o plantel. No fim, queremos ser campeões. Temos jogadores muito bons e quanto a jogadores como eles, que chegaram mais tarde ao plantel, é necessária alguma paciência face à forma física. É normal que seja assim. Ao fim ao cabo, todos os jogadores merecem jogar mas penso que foi bom para eles estes minutos a jogar pelo Benfica. No futuro, penso que eles serão jogadores muito bons para nós”, concluiu.