Portugal e Timor-Leste assinam na segunda-feira o novo protocolo que gere as 13 escolas onde lecionam professores portugueses e de Timor-Leste, conhecidas como CAFE, que as autoridades em Díli querem alargar.

O novo protocolo, cujas negociações foram concluídas no final do ano passado, será assinado em Díli pelo secretário de Estado da Educação português, António Leite e pelo ministro da Educação, Juventude e Desporto timorense, Armindo Maia.

Criados no âmbito de um protocolo de 2014, o projeto bilateral dos CAFE (Centros de Aprendizagem e Formação Escolar) — financiado conjuntamente por Portugal e Timor-Leste — é considerado um dos mais importantes do país no que toca à promoção do ensino em língua portuguesa.

O projeto está em 12 dos 13 municípios do país e na Região Administrativa Especial de Oecusse-Ambeno (RAEOA), mas Armindo Maia disse este mês, na reação aos professores portugueses integrados no projeto, que há vontade de “reforçar e consolidar” o que tem sido feito.

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“O objetivo é reforçar e consolidar o que já existe em termos de qualidade de ensino, formação de professores e infraestruturas” e, disse, expandir o projeto quer ao novo município de Ataúro (criado em 2022) quer, eventualmente, aos postos administrativos do país, tal como apontado na Lei das Grandes Opções do Plano de 2022.

Maia disse que o objetivo atual é que a escola de Ataúro possa ser aberta “já no próximo ano”, com planos de abertura de uma segunda escola em Díli.

Em termos gerais tem como objetivo a “melhoria da qualidade do sistema educativo timorense através” com aulas em português e a paralela formação de docentes timorenses que estão destacadas nas 13 escolas CAFE do país.

No passado chegou a ser debatida a possibilidade de o modelo de escolas ser ampliado a nível de posto administrativo, ainda que a ideia ainda não se tenha concretizado.

Este ano o sistema abrange um total de 11 mil alunos em todos os níveis de ensino, nomeadamente 1.676 no ensino pré-escolar, 7.332 no ensino básico e 1.890 em ensino secundário geral.

As escolas CAFE contam este ano com 130 professores portugueses e 217 timorenses.

A assinatura do protocolo é um dos pontos altos da visita de António Leite a Timor-Leste, que decorre entre segunda e sexta-feira, e durante a qual assistirá ainda à tomada de posse dos novos diretor e sub-diretor da Escola Portuguesa de Díli, respetivamente Manuel Alexandre Marques e Rui Lourenço Filipe.

Durante a visita, e segundo a agenda divulgada pelo seu gabinete, o secretário de Estado português visita ainda as escolas CAFE nas localidades de Aileu, Baucau e Manatuto, e tem encontros previstos com o primeiro-ministro, Taur Matan Ruak e com o presidente do Parlamento Nacional, Aniceto Guterres Lopes.