A Mitsubishi não foi a marca mais dinâmica na última década. Pelo menos no que respeita a lançar modelos integralmente novos, que incrementassem a presença no mercado deste construtor japonês, que nos presenteou no passado com a pick-up L200 Strakar e a saga dos desportivos Lancer Evo. Mas a situação parece estar finalmente em vias de mudar, uma vez que o fabricante nipónico promete lançar nos próximos cinco anos 16 novos modelos, entre os que usam motores de combustão e outros que optam por soluções electrificadas ou 100% eléctricas.

Definida pela marca como uma estratégia a médio prazo e denominada Challenge 2025, a planificação para os próximo cinco anos agora apresentada – ainda que apenas em parte, pois muitos modelos ainda exibem formas protegidas dos olhares indiscretos – promete de tudo um pouco. Assim, o plano de produto prevê desde microcarros destinados ao mercado japonês a SUV de cinco e sete lugares, passando por pick-ups e monovolumes, o que apenas se torna possível graças ao recurso ao banco de órgãos da Aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

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Entre os 16 novos modelos, quatro são puramente eléctricos, com outros nove a usufruírem de alguma forma de electrificação, recorrendo a mecânicas híbridas ou a híbridas plug-in. Mas a Mitsubishi é um construtor que não vende apenas para a Europa, ou para países que em breve estarão limitados a consumir exclusivamente carros eléctricos, pelo que os motores a combustão vão continuar a estar presentes e em força, para aqueles mercados em que são os mais procurados.

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Considerando apenas os modelos que mais interessam ao mercado europeu – e a Portugal –, o primeiro a chegar ao mercado será o novo ASX, que poderemos adquirir ainda antes do Verão, baseado no Renault Captur, a que se vai juntar em breve o novo Colt, concebido sobre o Renault Clio, com ambos os modelos a oferecerem todo o tipo de motorizações, excepção feita para a eléctrica. Continuando a concentrar-nos nos modelos com motor de combustão, único ou principal, a Mitsubishi revela ainda que vêm aí uma nova L200, a próxima geração da pick-up agendada para 2023, bem como a chegada no mesmo período do novo Outlander, que deverá continuar a ter na versão PHEV a sua proposta mais popular.

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O novo SUV com cinco lugares está previsto para 2024 (o XFC Concept), enquanto a versão mais comprida deste modelo, com três filas de bancos e sete lugares, está agendada para 2025, sendo que ambos elegem como principal unidade motriz um motor a combustão.

Entre os quatro modelos 100% eléctricos a lançar, esperam-se dois modelos partilhados com a Aliança. Um deles será um microcarro, provavelmente uma versão da Mitsubishi do Renault Mobilize Duo, o sucessor do Twizy, enquanto o segundo modelo aparenta ser um utilitário, a partilhar tudo como o Renault 5 EV previsto para o final deste ano. A este par vai juntar-se um SUV eléctrico com duas filas de bancos e cinco lugares, similar por exemplo ao Nissan Ariya, com uma pick-up eléctrica a encerrar a oferta dos veículos 100% a bateria.

Contudo, apesar de abundarem as boas notícias durante a apresentação da Mitsubishi, também houve uma má. O construtor anunciou que, apesar de continuar a ter uma estratégia global, elege os mercados asiáticos como os seus favoritos, uma vez que considera ser os que maior potencial de crescimento apresentam.

A marca nipónica informa ainda que vai aumentar em 30% os investimentos em investigação e desenvolvimento para, a partir de 2026, cerca de 70% do investimento estar centrado na electrificação, o que passa por adquirir 210 mil milhões de ienes (aproximadamente 1,46 mil milhões de euros) em baterias (15 GWh). Tudo isto para atingir 50% de veículos eléctricos ou electrificados em 2030 e 100% em 2035.