Embora na maioria dos países a taxa de sobrevivência seja superior 80%, quando metastizado – ou seja, espalhado para outras partes do corpo – o cancro da mama não têm cura, tendo os tratamentos existentes demonstrado fraca eficácia. Mas há boas notícias: um grupo de investigadores da Escola de Medicina da Universidade de Washignton, em St. Louis, nos Estados Unidos, obteve resultados muito positivos no tratamento de metástases nos ossos (um dos locais mais frequentes para as do cancro da mama) num estudo realizado em ratos.

“Depois de o cancro da mama se espalhar para outras partes do corpo, torna-se extraordinariamente difícil de tratar; as terapias atuais podem apenas tentar retardar os seus efeitos. Cerca de 70% dos pacientes com cancro de mama metastático têm tumores que se espalharam para os ossos”, alertou Sheila A. Stewart, investigadora principal do estudo, citada pelo News Medical.

Publicado na Cancer Discovery, revista científica da American Association for Cancer Research, a técnica adotada pelos investigadores, resultou da união de dois tratamentos já existentes — que já tinham mostrado resultados na diminuição de células cancerígenas e na regressão do tumor, embora com pouca eficácia quando aplicadas isoladamente.

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Assim, o primeiro passa por fragilizar e tornar vulnerável o inimigo: para isso, os cientistas bloquearam a molécula p38MAPK, alterando o microambiente em que o tumor vive. Fragilizado, entra depois em ação um ataque forte do sistema imunitário às células malignas agora vulneráveis, a partir da imunoterapia OX40 e dos linfócitos T, células imunitárias que nos protegem dos inimigos externos.

Os resultados foram verdadeiramente promissores. A união dos dois tratamentos eliminou totalmente as metástases em onze ratos — 80 dias depois, continuavam vivos e sem reincidência do cancro. Os animais que só receberam um dos tratamentos (e não a junção dos dois) morreram em dois meses.

Os investigadores concluíram também que o corpo não esquece: depois deste duplo tratamento, as células do sistema imunitário lembram-se do tumor e atacam-no caso ele regresse.