O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, condenou esta sexta-feira veementemente o lançamento de mais um míssil balístico de alcance intercontinental pela Coreia do Norte e pediu que “desista imediatamente de qualquer ação desestabilizadora”.
“O secretário-geral reitera os seus apelos à República Popular Democrática da Coreia para que desista imediatamente de qualquer ação desestabilizadora, cumpra plenamente as suas obrigações internacionais sob todas as resoluções relevantes do Conselho de Segurança e retome o diálogo que conduza à paz sustentável e à completa e verificável desnuclearização da Península Coreana”, indicou o porta-voz de Guterres, Stéphane Dujarric, em comunicado.
A posição de Guterres foi divulgada num momento em que decorria uma reunião do Conselho de Segurança para discutir a ligação entre violações dos direitos humanos e os programas de mísseis balísticos na Coreia do Norte.
Uma nota distribuída pelos Estados Unidos e pela Albânia indicava que na reunião se destacariam as contínuas violações e abusos dos direitos humanos por parte da Coreia do Norte e como essas violações “estão inextricavelmente ligadas” às ameaças à paz e à segurança representadas pelos programas ilegais de armas de destruição em massa e de mísseis balísticos.
“A ligação entre os abusos generalizados dos direitos humanos do regime e as suas ameaças à nossa segurança coletiva não poderia ser mais clara. Os programas de armas de destruição em massa e mísseis balísticos de Pyongyang representam uma ameaça inegável à paz e segurança internacionais e estão inextricavelmente ligados aos abusos dos direitos humanos do regime”, indicou a embaixadora norte-americana junto da ONU, Linda Thomas-Greenfield.
“O uso de trabalho forçado pelo regime impulsiona o seu programa de armas ilegais. (…) O controlo totalitário da sociedade garante que o regime possa gastar recursos excessivos no desenvolvimento de armas sem objeção pública. Kim Jong Un escolheu munição em vez de nutrição, mísseis em vez de humanidade”, frisou a diplomata.
Antes da reunião, a advogada da Amnistia Internacional Sherine Tadros pediu ao Conselho de Segurança da ONU para enviar uma mensagem inequívoca às autoridades norte-coreanas de que “as violações sistemáticas, generalizadas e grosseiras dos direitos humanos devem terminar”.
“As autoridades norte-coreanas devem cooperar com a ONU e permitir que monitores independentes de direitos humanos entrem no país”, acrescentou Sherine Tadros.
A Coreia do Norte disse esta sexta-feira que o projétil que lançou em direção ao Mar do Japão na quinta-feira era um míssil balístico intercontinental.
O míssil, chamado Hwasong-17, foi disparado em resposta aos exercícios militares conjuntos atualmente conduzidos pelos Estados Unidos e a Coreia do Sul, descritos como “provocatórios e agressivos” pela agência oficial de Pyongyang.
O disparo de quinta-feira foi o terceiro da Coreia do Norte desde domingo e ocorreu horas antes de uma visita a Tóquio do Presidente sul-coreano Yoon Suk Yeol.