Após uma primeira exposição, o Museu Pedagógico do Sexo (Musex), idealizado pela terapeuta sexual Marta Crawford e que custou mais de 615 mil euros à Câmara de Oeiras, não tem qualquer iniciativa planeada.

Ao Observador, Marta Crawford diz que ao longo dos nove meses em que a primeira exposição do Musex esteve no Palácio dos Anjos, em Algés, recebeu algumas demonstrações de interesse, mas nada se concretizou. “O único passo que foi um bocadinho mais para a frente foi por parte do Funchal, mas neste momento não há nenhum contacto. Não sei se o interesse se mantém”. Fazer viajar a exposição “Amor Venéris / Clitóris – Viagem ao Prazer Sexual Feminino” é improvável, já que a mostra é constituída, na sua larga maioria, por obras cedidas, através de empréstimos de museus, galerias, artistas e colecionadores. Paula Rego, Julião Sarmento, Lourdes Castro ou Louise Bourgeois eram alguns dos autores patentes. Qualquer nova mostra do Musex implica começar “outra vez quase do ponto zero”, garante. “Para uma nova exposição, no espaço que for, terá de ser feito todo um novo processo de curadoria, de escolha de obras. Se algumas conseguimos manter, a maior parte delas vão de facto regressar de novo às suas coleções e aos seus museus. Nessa altura teríamos de ver se estariam disponíveis outra vez para fazer parte desses novos projetos”, adianta.

No último ano e meio, o município liderado por Isaltino Morais pagou 615 mil euros (a que acresce o IVA) pela exposição. O contrato público, publicado no portal Base, foi celebrado em agosto de 2021 e estabelece, por ajuste direto, o pagamento de 535.255 euros (a que acresce IVA) à empresa MC.HS, Unipessoal, Lda., de Marta Crawford, para “aquisição da prestação de serviços para a Conceção, Realização e Produção” da dita exposição, que inaugurou a 25 de junho de 2022. Dez meses depois, foi assinada uma nova adenda ao contrato, ampliando o prazo da exposição para mais dois meses e oito dias. A Câmara de Oeiras pagou mais 80.522 euros (sem IVA), revela o documento.

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