Em 2022, os portugueses gastaram 87,4 milhões de euros em medicamentos para dormir, desde sedativos a tranquilizantes, passando por hipnóticos e calmantes. Trata-se de um aumento de cerca de dez milhões de euros face a 2021, quando as receitas nas farmácias ascenderam a 77,4 milhões de euros, segundo os dados da consultora IQVI Portugal avançados ao Jornal de Notícias.

Desde 2020 que a venda de indutores de sono com receita médica tem vindo a cair. Em 2022, foram adquiridas mais de 14 milhões de embalagens nas farmácias portuguesas (67,3 milhões de euros), o que corresponde a uma diminuição de 3,6% em relação ao ano anterior.

Os medicamentos sem receita têm feito o caminho inverso. Em relação a 2021, as vendas aumentaram 95%, um crescimento substancial (de 2020 para 2021, o aumento foi de 2,7%, segundo os dados referidos pelo Jornal de Notícias). É o maior aumento dos últimos três anos. Em termos de receitas, o crescimento foi de 114%, num total de 20,1 milhões de euros.

Mafalda van Zeller, coordenadora da Comissão de Trabalho de Patologia Respiratória do Sono da Sociedade Portuguesa de Pneumologia (SPP), descreveu a situação como “preocupante” em declarações ao Jornal de Notícias, alertando para que pode esconder “problemas do sono mais graves que devem ter um acompanhamento diferenciado”.

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