O presidente do PSD, Luís Montenegro, exortou hoje o primeiro-ministro a tomar em mãos o processo dos professores, considerando que o ministro da Educação mostra que “não tem argumentos” para superar esta instabilidade.

“Faço aliás um apelo a que o primeiro-ministro tome em mãos este assunto dos professores a bem da Educação, a bem da carreira dos professores, mas também a bem do interesse dos alunos e das suas famílias. O que nós não podemos continuar a assistir é a este impasse e a esta inflexibilidade do Governo e já vimos que o ministro da Educação não tem argumentos, até ver, para poder superar esta instabilidade”, afirmou o líder social-democrata, que falava em Vila Real onde, hoje, concluiu as jornadas “Construir a Alternativa”.

Questionado pelo jornalistas sobre as queixas dos professores que já ameaçaram intensificar a luta contra o Governo, Luís Montenegro disse ver “com muita preocupação” que “o impasse vá caminhando sem um fim à vista”.

“Infelizmente só o Governo pode resolver esta situação. Nós estamos no meio de um processo negocial demorado que não vê a luz do dia por inflexibilidade do Ministério da Educação, do ministro da Educação, e também do primeiro-ministro”, salientou.

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Montenegro destacou que os “alunos portugueses estão a ser prejudicados nas suas aprendizagens pela instabilidade que o Governo não é capaz de travar no setor da Educação” e, por isso, incitou “o Governo a fazer a arrepiar caminho” e a “tentar dar aos professores uma resposta”.

“Mesmo que não seja plena no que diz respeito às reivindicações dos professores, possa, pelo menos, ser suficiente, para que eles abandonem este período de luta mais intensa e possam, junto da comunidade escolar, permitir que os alunos não saiam penalizados que é aquilo que está a acontecer”, frisou.

Na sua opinião, para levar o processo negocial a “bom porto” o Governo deve criar um “novo sistema de colocação de professores que seja mais justo”, considerando ainda que é “absolutamente premente uma resposta relativamente à recuperação do tempo relativo ao congelamento das carreiras” e instou à apresentação de forma “muito clara” das contas de quanto o processo vai custar.

“Nós vemos o primeiro-ministro dizer que a recuperação desse tempo custa uma coisa, o ministro diz que custa outra, há responsáveis do ministério que vão avançando para a imprensa números que são muito díspares, nós precisamos de alguém que ponha ordem na casa. Neste momento acho mesmo que só o primeiro-ministro pode resolver problema”, frisou.

Por fim, Luís Montenegro considerou que se está a “menosprezar uma situação de injustiça que está a ficar cada vez mais premente” e está relacionada com “à recuperação das aprendizagens”.

“Há muitos alunos que ainda não recuperaram as aprendizagens perdidas no tempo da pandemia. Se acumularmos a isso aquelas que decorrem agora destes períodos de greve, verdadeiramente nós estamos a prejudicar uma geração de forma absolutamente injusta e isso é intolerável”, frisou.