A Associação Nacional de Sargentos (ANS) defendeu esta quarta-feira que os 13 militares que recusaram embarcar no navio ‘Mondego’ merecem o “apoio e solidariedade de todos”, e que devem exigir-se responsabilidades aos líderes políticos e militares.
“Os 13 militares (quatro sargentos e nove praças) da guarnição do Navio da República Portuguesa (NRP) Mondego que, no passado dia 11 de Março de 2023, formaram no Cais de Pesca do Funchal merecem a consideração, o apoio e a solidariedade de todos”, lê-se num comunicado enviado à imprensa.
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Os sargentos salientam que estão em causa “homens experimentados, técnicos altamente especializados, cientes dos seus deveres” e comprometidos com a Constituição, que “sabiam, e sabem, melhor que ninguém, o que se passava, e passa, no seu navio”.
A associação salienta que estes militares, na sua grande maioria, foram condecorados pelos serviços que têm prestado à Marinha e ao país e que entre estes, oito, “enquanto elementos da guarnição do NRP Mondego, foram louvados recentemente pelo Comandante Naval”.
Para os sargentos, estes marinheiros exerceram o seu dever de tutela, “numa atitude consciente da importância e da necessidade do seu ato”, tendo tido a coragem “de, lealmente, informar o seu comando, que o navio não estava pronto para largar do cais para cumprimento da missão”.
“E fizeram-no de forma disciplinada, saindo do navio e formando militarmente no cais, assim afirmando a sua total disponibilidade para servir, mas não naquelas condições técnicas. Não nas condições a que a Comissão Liquidatária das Forças Armadas (tutela militar e tutela política), a trabalhar há décadas, deixou chegar o material e as condições dos Homens e Mulheres Militares, exigindo sempre, e a qualquer preço, o cumprimento da missão”, acusa a associação.
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Para a ANS, devem exigir-se responsabilidades aos principais responsáveis políticos e militares.
“E não, não foram arruaceiros, instigados por qualquer maquiavélica maquinação, como se tem visto ser bolsado por uma série de ‘comentadeiros’, que da coisa militar nada sabem, e da naval muito menos”, critica a associação.
Para os sargentos, “quem formou no cais foram 13 Marinheiros corajosos, leais e disciplinados a quem todos os verdadeiros camaradas, verdadeiros militares e verdadeiros portugueses deverão estar sinceramente agradecidos”.
A comissão parlamentar de Defesa aprovou na quarta-feira por unanimidade a audição da ministra Helena Carreiras e do chefe do Estado-Maior da Armada, na sequência da polémica que envolveu o navio “Mondego”.
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No passado dia 11 de março, o NRP Mondego falhou uma missão de acompanhamento de um navio russo a norte da ilha de Porto Santo, no arquipélago da Madeira, após 13 militares terem recusado embarcar, alegando razões de segurança.
O Ministério Público suspendeu na segunda-feira a audição destes militares por decisão da procuradora para analisar o processo com mais detalhe, foi anunciado pela defesa.
Os militares em causa iam ser ouvidos pela Polícia Judiciária Militar (PJM), em Lisboa, no âmbito de inquérito criminal após participação feita pela Marinha. O ramo também já instaurou processos disciplinares.
Militares do navio Mondego, afinal, não foram ouvidos pela PJM. Ministério Público suspendeu sessão