O Líbano acordou este domingo com dois fusos horários depois de o Governo local ter decidido adiar o início do horário de verão até ao final do mês sagrado muçulmano do Ramadão.
Em decreto, o executivo libanês decidiu atrasar a mudança da hora para as 00:00 de 21 de abril.
Embora o primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, não tenha dado qualquer explicação, a imprensa local indicou que o motivo era o Ramadão, que iria permitir aos crentes quebrar o jejum uma hora antes.
O Ramadão começou na passada quinta-feira e terminará em 20 de abril no Médio Oriente.
Esta decisão governamental provocou uma onda de reações negativas, com algumas instituições a recusarem a ordem.
Muitos libaneses veem-se numa posição de tentar conciliar o horário laboral com o escolar em fusos horários diferentes.
Em alguns casos, a discussão assumiu um caráter sectário, entre muitos políticos e instituições cristãs, incluindo a maior igreja do país, a Igreja Maronita, que rejeitou a medida.
Num comunicado, a Igreja Maronita explicou que “a decisão repentina de adiar os trabalhos no horário de verão por um mês, tomada pelo primeiro-ministro interino, Najib Mikati, de forma improvisada e sem consultar os libaneses, e sem levar em conta as normas internacionais, e por confusão e prejuízo (…) impedem a adesão do Patriarcado maronita”.
Por isso, acrescentou, “compromete-se a adiantar o relógio uma hora à meia-noite de sábado, 25, para domingo, 26 [de março]”.
Outras instituições cristãs também tomaram a mesma posição.
A escola Notre-Dame de Jamhour, por exemplo, publicou uma pequena declaração a convidar “todos os pais e professores e alunos a antecipar o horário a partir da noite deste domingo, de acordo com a prática internacional e as leis libanesa em vigor há décadas”.
No entanto, outras entidades oficiais adaptaram-se à mudança, como a companhia área libanesa Middle East Airlines, que tem causado confusão devido aos horários de saída dos voos, segundo comentaram algumas pessoas nas redes sociais.
O pequeno país mediterrâneo normalmente adianta uma hora os relógios no último domingo de março, alinhando-se com a maioria dos países europeus.