Os seis eleitos do PS na Assembleia Municipal de Pombal (Leiria) demarcaram-se da concelhia após a retirada da confiança política ao líder da bancada, João Coelho, disse esta segunda-feira o próprio à agência Lusa.
“O grupo da Assembleia Municipal solidarizou-se comigo e assumiu que a retirada da confiança política também era em relação ao trabalho deles e à sua capacidade para desempenharem o papel na Assembleia Municipal enquanto representantes do PS. E, portanto, decidiu tomar uma decisão (…), de continuar como representantes do PS comigo na liderança, de forma destacada, autónoma, da estrutura local do PS”, afirmou João Coelho.
Segundo João Coelho, os eleitos desenvolverão o seu trabalho, “enquanto esta situação se mantiver, de forma autónoma, destacada, independente do trabalho do PS”, por entenderem que “essa decisão é errada, é injusta, é contrária àquilo que é a vontade dos pombalenses”.
Em 6 de março último, a concelhia de Pombal do PS decidiu “retirar a confiança política a João Coelho, até agora líder da bancada socialista na Assembleia Municipal”, lê-se num comunicado publicado na sua página no Facebook.
“Esta decisão vem na sequência de um conjunto de ações e atitudes tomadas nos últimos meses que são incompatíveis com os princípios e valores da verdade, da lealdade, da honestidade e da integridade que a Comissão Política e o seu Secretariado defendem e materializam na sua atuação”, refere o comunicado.
De acordo com o documento, “o PS é um partido que se pauta pela solidariedade e pelo respeito de cada um dos seus militantes e simpatizantes, sempre na procura da valorização dos conhecimentos e competências individuais”.
“No entanto, tal premissa e tais qualidades de cada um não podem sobrepor-se a exigências incondicionais de eleitos pelo PS, independentemente da sua militância, nem a tentativas de desempenho de papéis e tarefas a que não estão acometidos, em total desrespeito pelos órgãos internos do partido”, acrescenta.
João Coelho garantiu que os eleitos socialistas têm um compromisso com a população ao qual não fogem, que é o de fiscalizar o trabalho do executivo (PSD), que “não serve Pombal”.
“Lá estaremos nessa fiscalização e na apresentação de propostas como temos feito e, mais do que isso, voltaremos a fazer o contacto com a população que fazíamos até há um ano a esta parte”, assegurou.
Explicando que os eleitos serão “independentes da estrutura do PS”, mas assumindo-se “sempre como representantes do PS na Assembleia Municipal”, o militante frisou que “isso não mudará”.
“Não falhámos em relação a nenhum dos valores, dos princípios programáticos do Partido Socialista. Entendemos que há um desvio, sim, da estrutura local Partido Socialista, do Secretariado e da Comissão Política”, declarou, referindo ainda que foi feita contestação à retirada da confiança política ao Conselho de Jurisdição da Federação Distrital de Leiria.
Questionado sobre uma eventual renúncia de mandatos, João Coelho disse que tudo foi equacionado, mas salientou que, embora a concelhia tenha diminuído a capacidade destes eleitos de fazer oposição, entenderam, ainda assim, que era “dever continuar” até final do mandato.