Quando chegou à margem esquerda do Tejo, António Costa já ia com a promessa impressa num artigo de opinião na imprensa local a dar conta do arranque do plano para a expansão do Metro Sul do Tejo, a construção de novas ligações entre o Barreiro e o Montijo e o Barreiro e o Seixal, um novo terminal fluvial na Moita e o Passeio do Arco Ribeirinho Sul. Vias pedonal e ciclável e uma estrutura verde a ligar Almada e Alcochete (38 km), mesmo ali naqueles terrenos poeirentos, ruínas de fábricas e silos de cereais com vista interminável sobre Lisboa. Aos autarcas da margem Sul presentes apontou um ministro das Finanças “com novo espírito” para os deixar participar no que aí vem.

“O projeto já tem 12 anos”, lembrou o próprio primeiro-ministro na cerimónia de apresentação do Projeto Arco Ribeirinho Sul que garante que agora é que é. “Entre crises financeiras, hesitações sobre localizações travessias que não se concretizam, de aeroportos que se localiza aqui ou ali foi mantendo estes territórios de imensa oportunidade num quase vazio”, detalhou Costa depois de já ter ouvido o ministro das Finanças, no mesmo palco, garantir que era este o tempo.

Medina disse mesmo que vai apresentar, já esta quinta-feira, ao Conselho de Ministros “a tomada de um conjunto de decisões para o desenvolvimento de toda esta região”. E a prometer entendimentos com os municípios da região que sonha poder vir a ser um “motor da economia nacional”.

Costa ouviu a promessa do seu ministro e sublinhou, na sua intervenção, “o novo espírito” de Medina, lembrando que no tempo do seu primeiro Governo recebeu uma mensagem da presidente da Câmara de Almada (eleita pelo PS), Inês de Medeiros, a queixar-se do Ministério das Finanças: não lhe permitiam ver um plano (da Margueira) por ser parte interessada e assim ter acesso a informação privilegiada. A relação, espera o primeiro-ministro, estará agora desbloqueada.

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“Não temos a Expo98, mas temos a ambição 2023”, atirou Costa depois de ter lembrado que neste mesmo dia passam 25 anos desde a inauguração da Ponte Vasco da Gama, construída durante a Exposição Mundial de 1998 numa zona de Lisboa que sofreu uma grande obra de requalificação. O paralelismo é ambicioso e o primeiro-ministro avisou ainda os autarcas que é preciso ser paciente. “Estes projetos levam tempo mas o mais importante de tudo é sermos persistentes”, alertou.

Na plateia estavam os presidentes das câmaras de Almada, Seixal, Moita, Alcochete e vários ministros (Coesão, Infraeestruturas, Ambiente e Finanças), num ajuntamento promovido pela iniciativa “Governo Mais Próximo”, com António Costa a levar os Conselhos de Ministros pelo país. O desta quinta-feira será em Setúbal, com briefing marcado para Almada onde o primeiro-ministro se prepara para apresentar as medidas para a habitação, depois de encerrado o período de discussão pública.

Governo vai aprovar em Setúbal resolução para projetos do Arco Ribeirinho, diz Costa