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É a realização da segunda “cimeira pela democracia”, organizada pelos Estados Unidos, que dá o mote para uma reflexão feita pelo embaixador russo em Lisboa sobre o que representa ou não essa doutrina. Para Mikhail Kamynin, a “verdadeira democracia nas relações internacionais manifesta-se no respeito mútuo” e na “procura de consenso”. É por isso que defende que a democracia não é “um ímpeto de encher com armas cada vez mais mortíferas o buraco negro da Ucrânia para prolongar o conflito e o sofrimento de populações civis para atingir o objetivo tão desejado de ‘derrotar a Rússia estrategicamente'”.

Num artigo de opinião publicado esta sexta-feira no Diário de Notícias, com o título “Quando a ‘democracia’ se torna marca de lealdade”, o embaixador escreve que democracia também não é “infundir o regime neonazista e corrupto de Kiev com milhares de milhões de euros, enquanto as necessidades dos cidadãos dos Estados ocidentais não estão a ser ouvidas”, nem é “impingir o seu modus vivendi a outros através das sanções ilegais que não têm nada a ver com as normas consagradas nos documentos-chave das Nações Unidas ou princípios do mercado livre”.

Mikhail Kamynin acredita que os Estados Unidos dividem os países do mundo em dois grupos — “democracias e não-democracias” ou “good boys e bad boys” — para delinearem a “sua esfera de influência”. E considera que, neste sentido, o termo democracia “perde o seu significado original e serve apenas para um objetivo”: “Definir os que são leais a Washington, tendo em conta a sua vontade de sacrificar a soberania e interesses do próprio povo e os seus adversários”. “Não há outra maneira de explicar a escolha de participantes da dita ‘cimeira’, na qual países-membros dos autoproclamados blocos democráticos (UE, NATO) acabam por ser atirados para fora”, sustenta.

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Para o embaixador russo em Lisboa, os critérios da “verdadeira democracia” caracterizam as relações entre a Rússia e a China que diz terem recebido um “impulso significativo durante a durante a recente visita de Estado a Moscovo do Presidente chinês Xi Jinping a convite do Presidente Vladimir Putin“. É o encontro entre os dois chefes de Estado que, no entender de Mikhail Kamynin, reafirma “mais uma vez a profunda cooperação estratégica entre Moscovo e Pequim”.

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