Um grupo de ativistas hackers ucranianos terá conseguido convencer as esposas dos pilotos da força aérea russa responsáveis pelo bombardeamento do teatro de Mariupol a tirar fotografias para um calendário.
O grupo, intitulado Cyber Resistance, fez-se passar por pilotos russos apoiantes da invasão à Ucrânia. O alvo principal foi a esposa do coronel Sergey Valeriyvich, comandante do 960º Regimento de Aviação de Assalto. Terá sido Sergey Valeriyvich quem ordenou não apenas o ataque ao teatro de Mariupol, onde morreram cerca de 600 civis, como também o ataque a uma maternidade em Mariupol, tendo matado quatro pessoas e ferido outras 16.
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O grupo de hackers conseguiu entrar em contacto com a mulher do coronel russo, Lilia Atroshchenko, e convenceu a mesma a organizar uma sessão fotográfica com várias mulheres dos pilotos do 960º Regimento. O objetivo, segundo a farsa montada, seria organizar um calendário em estilo pin-up para aumentar a moral das tropas russas.
Segundo o site de jornalismo independente Inform Napalm, as famílias de militares na Rússia mantêm uma tradição segundo a qual a mulher do comandante de uma unidade tem poder de influência sobre as companheiras dos soldados subalternos ao comandante, na tarefa de apoiar o marido.
Na sessão fotográfica, as 12 esposas presentes aparecem vestidas com os uniformes dos companheiros, com um avião a jato Su-25 em plano de fundo — este modelo de aviões é o mesmo que é utilizado pelo 960º Regimento de Aviação de Assalto. Algumas das esposas posaram de saltos altos, enquanto outras preferiram evidenciar minissaias, na sua maioria cobertas pelos casacos de farda do marido. A sessão de fotografias foi tirada num aeroporto perto da cidade de Primorsko-Akhtarsk, nas margens do mar de Azov.
No site de jornalismo independente foram ainda publicadas duas fotografias eróticas da mulher do coronel Sergey Valeriyvich, de 41 anos, e descritas como “fotografias surpresa” que a esposa enviava regularmente ao marido.
Os dados dos companheiros das 11 mulheres convidadas para a sessão fotográfica foram igualmente divulgados no Inform Napalm. Estes incluem os seus nomes, patentes, moradas de residência, números de passaporte e detalhes relativos ao seu contacto.
O grupo Cyber Resistance afirma ter conseguido vários documentos sobre planos para operações militares, manuais de pesquisa aérea militar russa, procedimentos de controlo aéreo e um dossier sobre melhorias de táticas de interceção da força aérea contra os aviões de vigilância da Nato. Parte da informação recolhida não foi publicada no Inform Napalm, tendo sido entregue às autoridades ucranianas e ao Tribunal Penal Internacional.