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Vai ser “muito difícil” a Ucrânia ganhar a guerra este ano. A convicção é do Chefe do Estado Maior das Forças Armadas (CJCS, na sigla inglesa) dos EUA, Mark Milley, que, numa entrevista ao site de notícias militares Defense One, veio manifestar algumas reservas quanto à possibilidade de um triunfo iminente das forças ucranianas.

“[Volodymyr] Zelensky já declarou várias vezes que o objetivo ucraniano é expulsar todos os russos dos territórios ocupados. Essa é uma tarefa militar significativa, muito, muito difícil”, referiu o general norte-americano, que estimou que um triunfo de Kiev sobre Moscovo, a acontecer, provavelmente não será em 2023. Não estou a dizer que é impossível, apenas que é uma tarefa muito complicada“.

Esta não é a primeira vez que o responsável militar vem colocar um travão nas expectativas ucranianas. Em novembro, questionado numa conferência de imprensa sobre quando é que seria expectável que a Ucrânia conseguisse reconquistar a Crimeia (anexada pela Rússia em 2014), Milley admitiu que “a curto-médio prazo é improvável” — comentários que, na altura, foram entendidos como uma forma de pressionar o governo de Zelensky a negociar com a Rússia.

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Apesar disso, o CJCS dos EUA referiu que a Rússia está a falhar em toda a linha nos seus objetivos militares na guerra, ecoando declarações anteriores na Câmara dos Representantes, onde sublinhou que as forças russas estavam a ser “massacradas” pela Ucrânia.

Questionado sobre quais serão os próximos sistemas de armamento que serão enviados para a Ucrânia — e se o sistema de mísseis de longo alcance ATACMS estão em cima da mesa — Milley mostrou-se reticente. “Temos relativamente poucos ATACMS, e temos que garantir que o nosso inventário também é mantido. E além disso, o alcance da arma — acho que há um certo exagero sobre aquilo que um ATACMS pode, ou não, fazer”.

O apoio militar dos EUA à Ucrânia tem sido um assunto cada vez mais debatido pelos políticos norte-americanos. A principal oposição tem vindo das alas mais radicais do Partido Republicano, com um contingente a defender que os EUA devem parar por completo o fornecimento de armas a Kiev. Ainda assim, uma maioria significativa continua a defender que Washington deve apoiar a Ucrânia de todas as formas.

Esta semana, na Câmara dos Representantes, Mark Milley, advertiu que o apoio incondicional traz um preço acrescido, e sublinhou o “incrível ritmo de consumo de munições convencionais” provocados pelo conflito, que deixam antever um custo ainda maior em eventuais conflitos futuros. “Se houver uma guerra na penínusla da Coreia, ou uma guerra entre duas potências, entre os EUA e a Rússia, ou a China, o ritmo de consumo seria fora de série”.

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