10 de setembro de 2022 foi a data da última vez que Luís Neto jogou com a camisola do Sporting. Diante do Santa Clara, mais de meio ano depois, o central voltou a pisar o relvado do Estádio de Alvalade na vitória do Sporting por 3-0. Ao minuto 69, o experiente jogador de 34 anos entrou para o lugar de Matheus Reis e, além de ter sido muito aplaudido, Adán passou-lhe a braçadeira de capitão.

“Esta acaba por ser a minha casa, depois de ter estado tanto tempo de fora, com duas lesões e um problema no pulmão… não tenho muitas palavras para dizer. Estou muito feliz por ter regressado”, disse à na zona de entrevistas rápidas da Sport TV com a voz embargada. “Agradeço às pessoas pelo carinho que sempre tiveram comigo, mesmo nos momentos mais difíceis. Mais que tudo, o importante foi a vitória, continuamos o nosso caminho. Queremos ir buscar a Liga dos Campeões. Já tivemos muitos sobressaltos durante a época. A equipa começa a estar no seu ponto. Podemos conseguir recuperar algum tempo perdido”.

Mesmo com a ajuda de uma Santa, o limite é só mesmo o céu (a crónica do Sporting-Santa Clara)

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Na sala de imprensa, o treinador do Sporting, Rúben Amorim, relembrou que Neto foi uma das referências dos leões no ano da conquista do título e que o central é um exemplo para os mais novos. “Os jogadores não têm só importância pelo que fazem no campo, mas também fora dele. O Neto é um exemplo nesse aspeto. Mesmo com a idade que tem, foi um jogador que cresceu muito na qualidade de jogo. Neste período parado, foi sempre um exemplo para o balneário pela forma como recuperou de um problema que é muito grave e na forma como cresceu nos níveis físicos, na sua velocidade máxima. Nesses pequenos pormenores, vamos mostrando ao resto dos jogadores que alguém que já tem muitos anos de carreira, já ganhou muitas coisas e está confortável na vida tem ainda esta fome de ser importante na equipa. Essa forma de estar do Neto é muito importante na nossa equipa, principalmente numa equipa com muitos jovens”.

De um jogador de 34 anos para um de 18, Amorim comentou a chamada de Afonso Moreira. “Contamos muito com ele, tem características muito boas. Aquilo que o Nuno Santos faz, ele pode vir a fazer pela capacidade física e velocidade que tem. Tem que começar a sentir o que é a equipa principal. Hoje, não entrou, porque não foi preciso. Se precisássemos de um substituto para o Arthur, ele poderia fazer aquela posição. Não tínhamos o Fatawu, porque foi à equipa B para jogar. Acredito muito no Afonso Moreira, é um jogador que joga com os dois pés, tem muita qualidade”. O extremo que tem brilhado na equipa B e na Youth League é mais uma solução para Amorim que referiu que Gonçalo Inácio torceu o pé que Jovane Cabral está a contas com uma lesão muscular que “vai demorar” a recuperar.

Em relação ao jogo, o técnico ficou agradado, mas deixa alguns apontamentos. “O que mais gostei foi da forma completa como entrámos, da dinâmica ofensiva, mas também muito fortes na reação [à perda da bola]. Nunca conseguimos deixar o Santa Clara ligar o jogo com os seus homens da frente. Fomos fortes nos duelos e, muitas vezes, estávamos três para três atrás. O que menos gostei foi que desligámos um bocadinho a intensidade e o Santa Clara fez muitos remates à baliza. Muito não tiveram perigo, mas, principalmente a bola no poste podia ter dado golo. Os jogadores têm que aprender a desfrutar mais dos momentos bons, porque quando estamos a ganhar folgadamente temos que desfrutar mais do jogo”.