Uma inspetora coordenadora do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) recebia dinheiro escondido em caixas de vitamina C para acelerar os processos de regularização de imigrantes que normalmente demorariam meses.

Segundo o Jornal de Notícias, a acusação revela que a arguida foi vigiada e vista a receber e entregar documentação em locais públicos. Numa dessas vezes o advogado terá entregue “uma caixa de medicamento “Redoxon” (vitamina C) no interior da qual estavam dissimuladas oito notas de cinquenta euros” e uma mica com os documentos relativos ao processo que deveriam ser acelerados.

A inspetora, que está suspensa de funções, e um advogado estão a ser julgados no Tribunal de Loures e são suspeitos de crimes de corrupção, denegação de justiça e prevaricação, além de abuso de poder, falsificação de documento e furto que terão ocorrido entre 2015 e 2018. Em causa estará um esquema em que a mulher terá atendido 42 imigrantes antes da data agendada.

Nessa altura a arguida era coordenadora do Posto de Atendimento em Alverca e fazia a gestão das chamadas de atendimento extra, normalmente muito limitadas e destinadas a processos pendentes, sendo que o Ministério Público considera que usava o cargo “em claro aproveitamento das funções que lhe incumbiam, sendo dada preferência a atendimentos sem marcação prévia a requerentes acompanhados de determinados advogados”.

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