O futuro político do vice-primeiro-ministro britânico, Dominic Raab, está em risco. O primeiro-ministro Rishi Sunak anunciou que deverá tomar uma decisão esta sexta-feira sobre se demite ou não Raab, depois de ter recebido um relatório com várias acusações de bullying por parte de funcionários do ministro ao longo dos anos.

O advogado Adam Tolley conduziu uma investigação preliminar, cujos resultados entregou a Sunak esta quinta-feira. Tolley investigou alegações relacionadas com oito queixas formais relacionadas com os períodos em que Raab foi ministro para o Brexit, dos Negócios Estrangeiros e da Justiça.

As queixas surgiram depois de dezenas de relatos na imprensa ao longo dos últimos meses. O primeiro caso foi denunciado no jornal The Guardian, em novembro, com várias fontes do Ministério da Justiça a acusar Raab de ter instituído no gabinete uma “cultura de medo”, sendo “muito mal-educado e agressivo” para a equipa.

Não tardou a que surgissem mais relatos. O The Sun noticiou que Raab teria chegado a atirar tomates da salada que estava a comer a funcionários. Ao The Mirror, um antigo colaborador disse que o ministro tinha a alcunha de “O Incinerador”, por levar a equipa ao burnout. 

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Mais tarde, surgiram denúncias relacionadas com o período nos Negócios Estrangeiros, com a ITV News a dar conta de que oito membros da equipa denunciaram ter sido vítimas do comportamente de Raab e outros 15 dizem ter testemunhado comportamentos agressivos ou injustos. Mais recentemente, a Sky News publicou relatos de que Raab levaria os funcionários às lágrimas através do seu “comportamento coercivo”.

Dominic Raab nega todas as acusações e insiste que teve “um comportamento profissional em todos os momentos”.

O primeiro-ministro, Rishi Sunak, prometeu agora que irá tomar uma decisão sobre o futuro de Raab no seu governo. O ministro é um dos seus principais aliados políticos, tendo o primeiro-ministro evitado criticá-lo ao longo de todo o processo.

A oposição já criticou a decisão de Sunak de adiar a decisão. “Vai passar a noite a olhar para o relatório e a tentar ganhar coragem para decidir se despede o seu vice ou não, quando na verdade devia era estar focado na crise do aumento do custo de vida”, acusou Emily Thornberry, do Partido Trabalhista. “[Sunak] recebeu o relatório, leu o relatório. Se ele é um bully, despeça-o”.