O empate com o Al-Fayha levou ao despedimento de Rudi Garcia do comando técnico da equipa, a derrota com o Al Hilal foi também a despedida da luta pelo título da Arábia Saudita numa fase em que o Al-Ittihad tem três pontos de vantagem na liderança com menos um jogo disputado. Pontos comuns? Os insucessos do Al Nassr, as más exibições da equipa, a falta de golos de Ronaldo. Nem mesmo a troca de treinador, com a escolha a acabar por recair no antigo técnico dos Sub-19 Dinko Jelicic depois das recusas que os responsáveis foram ouvindo, funcionou como estímulo para o conjunto de Riade melhorar. Agora, a margem de erro era nula, estando em causa a presença na final da Taça do Rei após a derrota nas meias da Supertaça.

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Até a própria figura de Ronaldo perdeu alguma popularidade no último encontro. Além da exibição apagada onde não teve bola durante largos momentos (sobretudo na segunda parte), apesar de ter visto ainda um golo anulado que poderia dar outro alento ao Al Nassr, o português viu um cartão amarelo por agarrar o pescoço de um adversário e saiu com uma reação de desagrado após voltar a ouvir os cânticos por Lionel Messi por parte dos adeptos do Al Hilal. Houve quem pedisse a deportação do avançado por gestos obscenos, o Al Nassr falou até de uma lesão nos genitais para justificar o sucedido mas tudo acabou por acalmar com o passar dos dias. Seja pelo que faz, pelo que não faz e pelo que podia ter feito, CR7 continua a ser notícia.

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“A chegada de Cristiano Ronaldo foi um boom. É um escaparate mediático incrível, o campeonato saudita está a vender-se muito mais e a atrair a comunicação social. Em Espanha, a cada dia há uma nova informação sobre o Al Nassr. Isso diz muito da importância de que estas grandes figuras cheguem ao campeonato e do interesse que há em continuar a fazer grandes contratações. Há muito interesse em cada jogo do Al Nassr, o estádio deles enche sempre e os adeptos rivais querem vê-los. Messi? Não sei o que vai acontece, mas estou certo de que se vão empenhar em conseguir a chegada de Messi ou de alguma outra estrela. A sensação, tanto dos adeptos, como da comunicação social, é de que estão a ir pelo caminho correto e vão conseguir contratá-lo”, comentou Antonio Cazorla, técnico do Al-Ettifaq, em entrevista à Marca que surgia exatamente 15 anos depois das primeiras meias da Liga dos Campeões entre Ronaldo e Messi.

Ainda assim, impacto mediático à parte, as próprias reações de Ronaldo mostram como a parte desportiva continua a ser a grande prioridade do avançado que já viu fugir um título para o Al-Ittihad (Supertaça) e sabe como a tarefa está complicada no Campeonato. Por tudo isso, a Taça do Rei ganhava uma outra importância com a receção ao Al-Wehda no dia seguinte à vitória do Al Hilal frente ao Al-Ittihad de Nuno Espírito Santo no prolongamento com um golo de Hegazi na própria baliza. No entanto, e ao segundo jogo do novo técnico, veio a segunda derrota: o Al Nassr perdeu pela margem mínima frente a um conjunto que tinha goleado na Liga e Ronaldo perdeu a última oportunidade de conquistar um troféu na presente época a não ser que algo de “anormal” se passe na Liga e o Al-Ittihad perca mais pontos do que aqueles que perdeu até aqui.

O início do encontro quase fazia adivinhar um remake daquilo que aconteceu na Liga, quando o Al Nassr goleou por 4-0 com um póquer de Ronaldo. As primeiras oportunidades até foram de Talisca, a ganhar por duas vezes de cabeça na área mas sempre com gestos técnicos que não permitiram o desvio para a baliza, mas foi o português que ficou muito perto de inaugurar o marcador com um remate de primeira após cruzamento da esquerda que apanhou o guarda-redes Munir pela frente (10′). Ronaldo deixava os primeiros sinais de frustração pela ocasião falhada mas o pior estaria ainda para vir, com mais um erro de comunicação do setor defensivo a permitir a Jean-David Beauguel fazer o 1-0 com um remate acrobático na área (23′). O Al Nassr ainda teve mais aproximações de perigo mas o intervalo chegaria mesmo com o Al-Wehda na frente.

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A segunda parte começou com uma natural reação da equipa da casa, com Munir a tirar de novo o golo a Ronaldo e Abdullah Al Hafith a ver o segundo amarelo por uma falta sobre o português, deixando o Al-Wehda reduzido a dez muito cedo na metade complementar. A pressão do Al Nassr iria ser intensificada face à incapacidade de saída dos visitantes com menos um mas as oportunidades iam-se sucedendo sem qualquer efeito prático entre um remate de Ghareeb para nova boa defesa de Munir e um desvio do central Álvaro González ao segundo poste após canto que saiu por cima da trave. Nada parecia correr bem à equipa de Riade, que voltou a ter nova chance flagrante nos últimos dez minutos com Ronaldo a acertar na trave antes de Luiz Gustavo ver um cabeceamento travado em cima da linha. Por mais tentativas na área contrária, o Al-Wehda foi conseguindo resistir até ao final e conseguiu mesmo “vingar” a goleada sofrida na Liga.

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