O lançamento da F1 Academy, uma competição totalmente dedicada às mulheres, arranca esta sexta-feira e pretende abrir caminho para a participação das pilotos na Fórmula 1. A diretora geral da F1 Academy, Susie Wolff, reconhece que ainda vão ser necessárias algumas voltas para que esse objetivo alcance a bandeira de xadrez. “Acredito que faltam oito a dez anos para acontecer”, apontou ao The Guardian.
“Isso não é apenas porque não temos talentos femininos ou porque ela progridem no desporto, mas também porque percebemos que chegar à Fórmula 1 é incrivelmente difícil. É difícil para todos os pilotos do sexo masculino”, explicou Wolff. “Só há 20 vagas na grelha e, por isso, vai demorar”, continuou. “Quando tivermos um crescimento contínuo de talento à disposição e mais mulheres neste desporto, será muito mais realista”.
Wolff afirma que está garantido que a vencedora da F1 Academy vai ter oportunidades junto de equipas da Fórmula 1. Além de uma compensação financeira, “vamos assegurar que vai fazer testes com as equipas certas e que vai ter um lugar numa equipa a 100%. Não é sequer aceitável que a vencedora não progrida”, salienta. Segundo a dirigente, o CEO da Fórmula 1, Stefano Domenicali, tem demonstrado entusiasmo em ter mulheres na grelha.
Até hoje, Lella Lombardi foi a única mulher a pontuar na Fórmula 1, num total de cinco que realizaram corridas na categoria máxima do automobilismo. Maria Teresa de Filippis, Divina Galica, Desiré Wilson e Giovanna Amati foram as restantes. Susie Wolff foi piloto de reserva da Williams, mas não realizou qualquer corrida.
“Uma mulher na Fórmula 1 não vai acontecer da noite para o dia. É preciso gerir as expectativas. Acho que a criação da F1 Academy e tudo o que podemos alcançar a médio/longo prazo neste desporto pode levar à mudança e é isso que me leva a dizer ‘Contem comigo'”, disse Susie Wolff antes da estreia da F1 Academy em Spielberg, na Áustria. A competição é composta por cinco equipas, cada uma com três corredoras.
A F1 Academy, a nova competição totalmente feminina que quer pôr uma mulher na Fórmula 1
Susie Wolff, casada com o Toto Wolff, diretor da Mercedes, admite que o maior problema é existir pouco talento feminino disponível, o que impede as corredoras de chegarem ao topo. Segundo a diretora geral da F1 Academy, 45.000 raparigas fazem karting de forma informal, mas apenas 4,7% participam em corridas. “Vamos ter iniciativas para aumentarmos a participação em corridas de quem já visitou um pistas de kart“, referiu.