No que toca à implementação de medidas em prol do ambiente e da qualidade de vida dos seus habitantes, a Califórnia está claramente na liderança. Aprovou o California Environmental Quality Act em 1970, quando Ronald Reagan era governador, para depois se assumir como um Estado verde em 2002, já com o governador Gray Davis aos comandos. Mas depois de forçar os automóveis e pick-ups ligeiros a serem menos poluentes, o Estado anunciou agora que pretende acabar com a venda de camiões e semi-reboques a gasóleo em 2036, com as linhas de comboios a serem electrificadas em 2035 e os carros de lixo, bem como os autocarros, a passarem obrigatoriamente a eléctricos em 2039.

A Califórnia não é apenas mais um Estado norte-americano, uma vez que além de possuir uma superfície que é quase cinco vezes superior à de Portugal, a economia daquela região na costa oeste dos EUA é a 5.ª maior mundial, apenas batida pela dos próprios Estados Unidos da América, Japão, Alemanha e Reino Unido, deixando para trás França, Itália, China, Brasil e Canadá, além de todos os restantes. O anúncio das novas medidas foi realizado a 27 de Abril e terá como efeito a aceleração do desenvolvimento de veículos pesados eléctricos, em que todos os fabricantes estão já a trabalhar, apesar de a ritmos diferentes e uns com objectivos mais ambiciosos do que outros.

A California Air Resources Board (CARB) não só aprovou a regulamentação que visa banir a venda de camiões a gasóleo dentro de 13 anos, como pretende proibir que se circule no Estado em qualquer tipo de veículo com motor de combustão a partir de 2042. A CARB anuncia esta alteração como uma oportunidade, até mesmo uma vantagem, uma vez que, segundo esta agência, irá permitir poupar 26,5 mil milhões de dólares em custos relativos ao tratamento de doenças decorrentes da poluição do ambiente.

Mas a CARB vai ainda mais longe ao afirmar que se o Estado irá reduzir a prazo as despesas na área da saúde, os frotistas e operadores de veículos pesados também vão ter vantagens. Para começar, estima-se que irão economizar cerca de 48 mil milhões de dólares em custos operacionais, devido ao menor custo da electricidade face ao gasóleo.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR