A Peugeot acaba de revelar a actualização do seu 2008, B-SUV que é de extrema importância para a solidez financeira da marca francesa ou não tivesse representado 17,4% das vendas em 2022 e, desde 2019, sido responsável pela comercialização de perto de 700 mil unidades. O ano passado, os portugueses demonstraram a sua predilecção por esta proposta da Peugeot, fazendo do 2008 o líder de vendas no mercado nacional. Agora, a marca do leão refresca os argumentos do seu pequeno SUV, mantendo inalteradas as dimensões (4,30 m de comprimento; 1,98 m de largura; 1,55 m de altura) e a capacidade da bagageira (434 litros). Mas a imagem do modelo sai beneficiada com esta actualização, sobretudo na secção dianteira, e tão ou mais importante que isso – pelo menos para os apreciadores ou potenciais compradores da variante eléctrica –, a autonomia do e-2008 é incrementada para cima de 400 km.

Por fora, o SUV francês continua a exibir uma imagem atraente, que se torna ainda mais apelativa graças a uma frente completamente redesenhada, em que sobressai a nova assinatura luminosa da marca, em linha com o que já vimos no 508 berlina e carrinha SW. No nível de equipamento mais desportivo (denominado GT), esse apontamento luminoso recrudesce de intensidade na medida em que, pela primeira vez, as três garras verticais passam a estar associadas de série a faróis full LED. Mas as mudanças à frente não ficam por aqui, pois também a grelha passa a integrar um padrão vertical na mesma cor da carroçaria, detalhe que é específico das versões Allure e GT, com a versão de entrada, designada Active, a exibir um padrão horizontal em preto brilhante. A solução adoptada pelos níveis de equipamento mais completos é, sem dúvida, a que mais associa o renovado 2008 a uma imagem encorpada e robusta.

Atrás, as alterações são de menor profundidade. No entanto, o facto de se circunscreverem aos grupos ópticos não minimiza o seu impacto. Isto porque as três lâminas duplas horizontais sobrepostas dos faróis traseiros bastam para enfatizar a largura do 2008, dando a ideia de que cresceu, sem que isso tivesse acontecido, conforme referimos logo de início. O monograma “Peugeot”, a toda a largura da do portão da bagageira, reforça essa sensação.

Além dos efeitos visuais especiais, chamemos-lhe assim, o 2008 que vai chegar aos concessionários portugueses este Verão (Junho/Julho) aposta numa nova paleta de cores, disponibilizando meia dúzia de tons para a carroçaria. Neste âmbito, as novidades recaem na introdução do branco “Okenite” e na eleição do cinzento “Selenium” como cor de lançamento. Mas seja qual for o nível de equipamento escolhido pelo cliente, qualquer das cores vai garantidamente contrastar com as conchas dos retrovisores, sempre em preto. E o 2008 GT acrescenta ainda mais contraste, pois também o tejadilho é preto de série.

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Se estas são as alterações que mais saltam à vista, a realidade é que não são as únicas, já que o B-SUV gaulês passa a exibir novos emblemas, em que muda o tipo de letra e a cor. Igualmente subtil é a renovação dos revestimentos interiores, com a marca a propor “tecidos mais refinados” para os bancos. Mas como o interior de qualquer Peugeot  moderno é indissociável do chamado i-Cockpit, também aqui a marca quis fazer um exercício de afirmação de que resulta “um sistema melhorado” para maior “ergonomia e prazer de condução”. Isso passa por um painel de instrumentos digital de novo desenho, específico para as versões Allure e GT, com 10 polegadas e personalizável. Já o 2008 mais acessível, o Active, continuará com a instrumentação analógica, mas troca o anterior ecrã central de 7” por um novo display táctil de 10” que, nos níveis de equipamento superiores, é de alta definição e, em particular no  GT, harmoniza as cores do touchscreen com a iluminação do ambiente e o modo de condução activado . O volante, tradicionalmente pequeno, mantém-se compacto e passa a exibir o novo logótipo da marca ao centro. A versão GT soma-lhe a respectiva inscrição na parte inferior.

Peugeot e-208 salta para a liderança: mais potente e com 400 km de autonomia

Em matéria de motorizações, continuando este a ser um modelo assente numa plataforma multienergia, ou seja, que ora recebe mecânicas a combustão ora vê a sua base ser adaptada para a electrificação, o renovado 2008 mantém a oferta “fóssil” inalterada (dois tricilíndricos a gasolina com 100 ou 130 cv e o diesel de 1,5 litros com 130 cv). Em contrapartida, vai passar a oferecer um conjunto motopropulsor mild hybrid de 48V, integrando um motor eléctrico numa caixa automática de dupla embraiagem com seis relações, para apoiar um bloco a gasolina de nova geração com 136 cv de potência. Segundo a marca, esta opção será introduzida logo no arranque do próximo ano, prometendo baixar o consumo em 15% (face a uma motorização equivalente sem electrificação) e conseguindo ainda, em meio urbano, circular em modo eléctrico 50% do tempo.

O inédito 2008 Hybrid chegará no início de 2024, mas antes disso, já em meados de 2023, a gama do renovado SUV ganha outro motivo de interesse. Referimo-nos ao e-2008, que deita mão ao mais recente motor eléctrico a equipar os 208 e 308 a bateria. Tal permite-lhe incrementar a potência em 15%, passando dos anteriores 136 para 156 cv, movimento que é acompanhado pelo aumento da capacidade do acumulador e, por tabela, da autonomia. A anterior bateria de 50 kWh cede lugar a outra de 54 kWh, permitindo que o alcance entre recargas conquiste mais de 50 km, passando dos actuais 345 km em WLTP para um “máximo de 406 km”, no ciclo misto do protocolo europeu.