Foi perto de Bakhmut, o epicentro da guerra na Ucrânia, que esta terça-feira morreu mais um jornalista. A morte de Arman Soldin, jornalista da AFP, foi testemunhada por dois colegas seus da agência de notícias. A equipa encontrava-se a acompanhar soldados ucranianos e, durante um ataque russo, um rocket caiu perto da zona onde Soldin estava deitado. O jornalista, coordenador da equipa de vídeo da AFP, tinha 32 anos e morreu no local.
Os repórteres estavam em Chasiv Yar, no leste da Ucrânia. Arman Soldin tinha 32 anos, nacionalidade francesa e origem bósnia, e nasceu em Sarajevo. O resto da equipa saiu ilesa do ataque.
We are devastated to learn of the death of AFP video journalist Arman Soldin in eastern Ukraine today.
All of our thoughts go out to his family and loved ones. pic.twitter.com/T2y449o1Ry
— AFP News Agency (@AFP) May 9, 2023
A AFP já comentou a morte do jornalista, dizendo que a equipa “está devastada” com a morte de Arman Soldin. Também o seu presidente, Fabrice Fries, argumentou que a morte do jornalista “é um terrível lembrete dos riscos e perigos enfrentados diariamente pelos jornalistas que cobrem o conflito na Ucrânia.”
Arman Soldin nasceu em Sarajevo e tinha cidadania francesa. Em 2015, em Roma, começou a trabalhar para a AFP como estagiário. Mais tarde, passou a trabalhar, já como jornalista contratado, na sucursal de Londres. Foi enviado para a Ucrânia logo no início da guerra, chegando ao terreno no dia seguinte à invasão russa.
“Lamentamos informar que o nosso repórter Arman Soldin foi morto hoje perto de Bakhmut, na Ucrânia. Todos os nossos pensamentos vão para sua família e entes queridos”, escreveu a AFP no Twitter. “Ele é pelo menos o 11.º repórter, intermediário ou motorista de jornalistas morto na Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro de 2022”, escreve a AFP, citando os balanços de duas associações, a Repórteres sem Fronteiras e o Comité para Proteger Jornalistas.
Le coordinateur vidéo de l'AFP tué aujourd'hui près de Bakhmout est le dixième journaliste tué en #Ukraine depuis l'attaque russe. Le 26 avril dernier, l'Ukrainien Bohdan Bitik était tué par un tir de sniper russe près de Kherson. https://t.co/GIksboMJ4e #PressFreedom pic.twitter.com/HOXrFLqewj
— Christophe Deloire (@cdeloire) May 9, 2023
A segunda organização tem uma contagem de mortos superior à Repórteres sem Fronteiras. Segundo o seu balanço, referente a 2022, pelo menos 67 jornalistas e trabalhadores dos media foram assassinados, “o número mais alto desde 2018 e um aumento de quase 50% em relação a 2021”. Esse aumento deveu-se a “um alto número de mortes de jornalistas a cobrir a guerra da Ucrânia e um grande aumento dos casos de homicídios na América Latina”.
“Mais da metade dos 67 casos ocorreram em apenas três países – Ucrânia (15), México (13) e Haiti (7), os maiores números anuais que o CPJ já registrou para esses países”, lê-se no site da organização.