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“Uma aberração e um assassino”. Foi assim que Irina Tsybaneva, de 60 anos, se referiu a Vladimir Putin, numa nota deixada num local que não terá agradado ao Presidente russo: a campa onde estão sepultados os seus pais. A “brincadeira” valeu à mulher, natural de São Petersburgo, uma pena suspensa de dois anos.

O caso remonta a outubro. Na altura, Tsybaneva deixou uma simples nota, de forma anónima, no local onde os pais do líder russo estão sepultados:

Pais de um maníaco, levem-no para onde vocês estão. Ele causa tanta dor e sofrimento. Morte a Putin. Vocês criaram uma aberração e um assassino”, podia ler-se.

O tribunal considerou Tsybaneva culpada de “profanação de sepultura motivada por ódio político”. A mulher declarou-se inocente por, de acordo com o advogado, ter considerado que não danificou fisicamente a campa ou ter procurado publicidade com o protesto.

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De acordo com a Reuters, que cita o site de notícias SOTA, a mulher não planeia recorrer da decisão judicial. Em declarações à imprensa, disse ter escrito a nota como consequência dos desenvolvimentos da guerra na Ucrânia, onde, disse, “tudo é muito assustador, muito triste e há tantas pessoas mortas”.

Trata-se do mais recente exemplo de uma sentença nos tribunais russos por protestos contra o regime, parte da censura cada vez maior do Kremlin à contestação interna na sequência da invasão da Ucrânia. Outros exemplos incluem o de uma pasteleira de Moscovo, que foi detida e multada por fazer bolos anti-guerra e a favor da Ucrânia, ou o de Alexei Moskalyov, pai de uma menina de 12 anos que foi detido depois de a filha ter feito um desenho contra a guerra na escola.

“Qualquer informação de natureza militar durante a guerra é uma arma”. Kiev diz que Moscovo pode estar a mentir sobre falta de munições