A subida das taxas de juro na zona euro desde julho do ano passado, para 3,75% atualmente, está a ser transmitida à economia real com atraso, segundo os economistas do Banco Central Europeu (BCE).
Num artigo do seu próximo boletim económico, publicado esta segunda-feira, os economistas do BCE afirmam que, “embora a velocidade e a magnitude deste ajustamento sejam elevados de uma perspetiva histórica, a política monetária é transmitida à economia real com desfasamentos, o que implica que o impacto total da contração da política monetária só se fará sentir nos próximos anos”.
O BCE começou a normalizar a sua política monetária muito expansionista em dezembro de 2021 e passou para o território restritivo nos últimos meses.
Em dezembro de 2021, o BCE decidiu deixar de comprar nova dívida pública e privada da zona euro em 2022.
Além disso, em julho do ano passado, começou a subir as suas taxas de juro e já fez sete subidas seguidas, num total de 375 pontos de base, para 3,75% em maio, devido à inflação muito elevada.
Estas subidas das taxas de juro ajudarão a reduzir a inflação na zona euro entre 2022 e 2025 em 2,5 pontos percentuais, de acordo com as previsões dos economistas do BCE.
O maior impacto da subida das taxas de juro e da interrupção das compras e reinvestimentos de dívida do BCE far-se-á sentir em 2024.
Os economistas do BCE estimam que a política monetária reduziu a inflação em 2022 em 50 pontos base e preveem uma nova redução de 200 pontos base entre 2023 e 2025.
A subida das taxas de juro também irá abrandar o crescimento entre 2022 e 2025 em dois pontos percentuais, acrescenta o relatório.