O ator norte-americano Tom Hanks acredita que, no futuro, será possível entrar em filmes muito depois da sua própria morte devido aos avanços da Inteligência Artificial.
Numa entrevista no podcast do humorista Adam Buxton, o ator de 66 anos explicou que tanto os seus colegas de Hollywood, como os advogados dos atores estão a tentar perceber os limites legais que podem invocar devido à possível participação em filmes após a morte das estrelas de cinema, proporcionada pelodesenvolvimento da Inteligência Artificial. Citado pelo The Telegraph, Tom Hanks disse que, segundo as atuais leis, o ator poderia entrar em filmes para sempre.
Posso dizer-te que existem atualmente conversas em todos os sindicatos e agências – e em todas as firmas de advogados – para chegar às ramificações legais do facto de a minha cara e a minha voz, e de toda a gente, serem a nossa propriedade intelectual”, explicou o sexagenário. “O que é uma possibilidade genuína agora é que, se eu quisesse, podia preparar e lançar uma série de sete filmes que eu protagonizaria e onde teria 32 anos desde agora até sempre.”
O ator norte-americano afirmou que atualmente é possível a qualquer ator recrear-se em qualquer idade graças à Inteligência Artificial. “Tirando a noção de que está a ser feito por Inteligência Artificial, não haverá nada para dizer que não sou eu e apenas eu e terá algum nível de qualidade realista”, explicou.
O ícone de Hollywood antecipou, segundo o próprio, o desenvolvimento da tecnologia da Inteligência Artificial durante o filme de 2004 “The Polar Express”. Tom Hanks explicou que este foi o primeiro filme que teve “uma enorme quantidade de dados guardados num computador, literalmente aquilo que os atores pareciam“.
Nós vimos isto a chegar, vimos que havia esta capacidade de pegar em 0 e 1 do interior de um computador e torná-los numa cara e numa personagem”, afirmou.
Tom Hanks terminou a entrevista dizendo que provavelmente alguns fãs não se iriam importar se parte da Inteligência Artificial fosse percetível nos filmes. “Sem dúvida que as pessoas conseguirão distinguir, mas a questão é: irão importar-se? Existem algumas pessoas que não se importam”, concluiu.