A bandeira arco-íris foi esta quarta-feira hasteada na praça em frente à Câmara do Porto para assinalar o Dia Internacional da Luta contra a Homofobia e para “relembrar que há uma comunidade para apoiar”, afirmou o presidente da associação Variações.

“O hastear da bandeira tem muito simbolismo e pretende relembrar que há uma comunidade e pessoas para apoiar”, afirmou Diogo Vieira da Silva, em conversa com o presidente e vereadores da Câmara do Porto que se associaram à iniciativa promovida pela Variações, que representa a comunidade LGBTQI+.

Diogo Vieira da Silva destacou ainda que “o importante é a bandeira [arco-íris] estar hasteada”.

Também o presidente da Câmara do Porto, o independente Rui Moreira, relembrou o “compromisso” da vereação em se associar à iniciativa, e a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, a importância de se “defender o direito de todos os cidadãos”.

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Pelas 11h05, a bandeira arco-íris estava já hasteada na praça em frente à Câmara do Porto, numa iniciativa que contou com a presença de membros do executivo, designadamente o presidente da Câmara do Porto, o vereador da Ação Social, Fernando Paulo, a vereadora da CDU, Ilda Figueiredo, e o vereador do PS Jorge Garcia.

Depois do hastear da bandeira, as diferentes entidades envolvidas no evento foram ouvidas pelo vereador Fernando Paulo.

A iniciativa foi anunciada à Lusa pelo presidente da Variações – Associação de Comércio e Turismo LGBTI de Portugal em 9 de maio, um dia depois de o executivo da câmara ter rejeitado, por maioria, a proposta de hastear “oficialmente” a bandeira arco-íris nos Paços do Concelho.

“Como, infelizmente, não vimos grande proatividade por parte das entidades partidárias ou políticas para haver o hastear da bandeira, uma vez que, por um lado, temos uma autarquia a afirmar que questões protocolares não permitem hastear a bandeira, e, por outro, temos o BE que faz uma proposta para hastear a bandeira, sabendo que a mesma não vai ser aprovada, em vez de fazer uma proposta de alteração ao protocolo (…), decidimos avançar com uma proposta perentória”, afirmou Diogo Vieira da Silva.

Na reunião do executivo, a vereadora do BE Maria Manuel Rola apelou a que a autarquia assumisse o “compromisso com a cidade, juntando todas as associações seja de que índole forem”.

Em resposta à vereadora, o presidente da Câmara do Porto adiantou que o município ia repetir a ação simbólica levada a cabo em 2022 e criticou o BE por querer “partidarizar uma causa da sociedade civil”.

Rui Moreira recorreu a uma fotografia tirada na ação de 2022 para destacar que todos os vereadores marcaram presença na iniciativa, à exceção do BE.

Esclarecendo que o BE não marcou presença na ação simbólica porque se associou às juntas de freguesia do Bonfim e Campanhã, onde foram hasteadas as bandeiras arco-íris, Maria Manuel Rola afirmou que, este ano, havendo novamente essa sobreposição de eventos, o BE não comparecerá.

Este foi o segundo ano consecutivo em que o BE propôs à Câmara do Porto o hastear da bandeira arco-íris nos Paços do Concelho.

Na reunião do executivo de 16 de maio de 2022, aquando da votação de uma recomendação do BE no mesmo sentido, o presidente Rui Moreira afirmou que “o município não promove iniciativas”, dando os exemplos do 1.º de Maio ou o 25 de Abril, mas que as “apoia”.