O Center for Responsible AI, um consórcio composto por startups de inteligência artificial (IA), centros de investigação e empresas de diversos panoramas, já tem órgãos sociais. O consórcio, que é apoiado em 51,3 milhões de euros pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), tem como objetivo o desenvolvimento de produtos de IA eticamente responsáveis.
Os órgãos de administração dividem-se em conselho geral, que será liderado por José Manuel Fonseca de Moura, professor na Carnegie Mellon University e diretor do programa CMU-Portugal, comissão executiva, conselho científico e conselho de ética.
Além de José Manuel Fonseca de Moura, o conselho geral vai ser composto por nomes ligados ao mundo académico e também às startups de IA. A lista inclui Arlindo Oliveira, professor no Instituto Superior Técnico e presidente do INESC, Cristina Fonseca, vice-presidente de produto na Zendesk e co-fundadora de empresas como a Cleverly e a Talkdesk, Pedro Bizarro, co-fundador e diretor científico na Feedzai, e Vasco Pedro, co-fundador e CEO da tecnológica Unbabel.
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Paulo Dimas, vice-presidente de inovação na Unbabel, André Eiras dos Santos, fundador e vice-presidente de desenvolvimento estratégico de negócio do unicórnio português Sword Health, André Martins, investigador do Instituto de Telecomunicações e Nuno André, diretor financeiro do centro e coordenador de incentivos na Unbabel, ficarão na comissão executiva do centro.
Já o conselho científico contará com Isabel Trancoso, que já presidiu ao conselho científico do INESC-ID, o neurocientista António Damásio, que também é diretor do Brain and Creativity Institute, Francisco Pereira, líder da equipa de aprendizagem automática no NIH, o Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, e Pedro Saleiro, diretor de investigação em inteligência artificial na portuguesa Feedzai.
Helena Moniz, presidente da EAMT, a Associação Europeia de Tradução Automática, Pedro Conceição, diretor de política estratégica no Programa de Desenvolvimento das Nações Unidas, e Virginia Dignum, investigadora e professora de IA Social e Ética, vão integrar o conselho de ética deste consórcio.
O processo de eleição para estes órgãos contou com a participação de dez startups (Unbabel, Feedzai, Sword Health, Automaise, Emotai, NeuralShift, Priberam, Visor.ai, YData e YooniK), oito centros de investigação (Fundação Champalimaud, CISUC, FEUP, Fraunhofer Portugal AICOS, INESC-ID, IST, IST-ID/ISR e IT) e da sociedade de advogados VdA e ainda cinco entidades descritas como líderes de indústria – BIAL, Centro Hospitalar Universitário de São João, Learning Health, Grupo Pestana e Sonae MC.
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Este centro tem como objetivo lançar 21 produtos da próxima geração de IA, desenvolvidos tendo em conta questões de ética e responsabilidade. O projeto tem um investimento total de 78 milhões de euros – 51,3 milhões de fundos do PRR e o restante com origem nos membros do consórcio. Até ao momento, já foram transferidos 6,6 milhões de euros do PRR para o consórcio.
O projeto tem o final de 2025 como data de conclusão e, até 2030, pretende gerar 250 milhões de euros em exportações. Está prevista ainda a criação de 215 postos de trabalho.
(Notícia atualizada às 13h05 para corrigir cargo de Francisco Pereira)