A ministra da Defesa, Helena Carreiras, recebeu esta sexta-feira o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro Kuleba, a quem “informou da disponibilidade para contribuir para a formação de pilotos e técnicos de aeronaves F-16”, segundo a conta ministerial na Twitter.

Antes, Kuleba esteve reunido com o seu homólogo português, João Gomes Cravinho, a quem tinha pedido que Portugal participasse numa coligação internacional de formação de pilotos e fornecimento de caças de combate modernos, bem como apoio na adesão de Kiev à NATO.

“Convidei Portugal para se juntar à coligação de caças de combate, começando a formar pilotos ucranianos”, disse Kuleba em conferência de imprensa, o que o homólogo português então registou, mas não comentou.

O líder da diplomacia de Kiev observou que o apoio ao seu país começou a evoluir mais rapidamente do que nos meses anteriores e chegou a hora de ser reforçado, sendo “a primeira etapa a formação de pilotos”.

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Entretanto, a meio da tarde em Portugal, soube-se que o presidente dos EUA, Joe Biden, em Hiroshima, no Japão, para uma cimeira do G7, estava disposto a autorizar que outros países fornecessem à Ucrânia os aviões de combate F-16, de fabricação norte-americana, o que há muito os dirigentes de Kiev pretendem.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, classificou a decisão de Biden como “histórica”.

Também esta sexta-feira o porta-voz da Força Aérea ucraniana, Yuri Ignat, afirmou que, com base em estimativas dos seus homólogos norte-americanos, os pilotos ucranianos demorariam cerca de quatro meses a dominar os caças F-16.

“Os nossos pilotos foram avaliados, são pilotos de combate, com experiência e muitas horas de voo”, disse Yuri Ignat, referindo-se aos dois aviadores ucranianos que receberam treino para a utilização dos aviões de caça norte-americanos.

“Atualmente, todos os pilotos em condições de combate realizam tarefas extremamente difíceis, fazem coisas heroicas com equipamentos antigos, que nalguns casos têm o dobro da idade dos próprios pilotos”, enfatizou o porta-voz num discurso proferido num canal televisivo do país.

A Dinamarca, que se prepara para substituir a sua frota de F-16 por F-35, já anunciou estas sexta-feira que vai contribuir para a formação de pilotos ucranianos.

O ministro da Defesa, Troels Lund Poulsen, disse que o Estado escandinavo vai poder contribuir para “formar pilotos ucranianos a voar igualmente nos F-16”.