À entrada para a antepenúltima jornada da Premier League, as contas do Manchester United eram francamente fáceis de fazer: ganhar os três jogos restantes para garantir o apuramento direto para a Liga dos Campeões, manter-se à margem da reta final positiva do Liverpool e esperar por um deslize do Newcastle para ainda sonhar com o terceiro lugar.

A primeira dessas três etapas acontecia este sábado, na visita ao Bournemouth e uma semana depois de uma vitória perante o Wolverhampton que encerrou um ciclo com apenas um triunfo em quatro jogos. Contra uma equipa de Gary O’Neil que está na segunda metade da tabela mas com a manutenção garantida, o conjunto de Erik ten Hag sabia que a qualificação para a Liga dos Campeões passava pela conquista de seis pontos em nove possíveis — ou até de apenas três, se o Liverpool perdesse também este sábado com o Aston Villa.

“Vamos enfrentar uma equipa cheia de energia. Eles já sabem que vão ficar na Premier League e isso é enorme, é gigantesco para eles. Estão a fazer uma grande temporada, vão estar cheios de energia e temos de estar prontos para isso. Sabemos aquilo que temos de fazer, sabemos a exigência que o jogo envolve. Sabemos que temos de ganhar e isso é o que importa. Temos de estar concentrados, com energia, com um bom plano de jogo e assumir a responsabilidade dentro de campo”, explicou o treinador neerlandês na antevisão da partida e depois de uma semana em que o Manchester United anunciou a saída a título definitivo de Phil Jones, central que estava em Old Trafford há 12 anos.

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Assim, Ten Hag lançava Jadon Sancho, Bruno Fernandes e Antony no apoio a Martial, com Eriksen e Casemiro na zona intermédia, e Fred, Weghorst e também Diogo Dalot começavam no banco de suplentes. Do outro lado, o internacional inglês Dominic Solanke era a natural referência ofensiva da equipa de Gary O’Neil.

O Manchester United abriu o marcador ainda dentro dos 10 minutos iniciais e de forma impressionante: Eriksen cruzou para a grande área, Senesi aliviou de forma incompleta e Casemiro aproveitou para se lançar num remate acrobático e bater Neto (9′). O Bournemouth ainda ficou perto do empate na primeira parte, com De Gea a negar o golo a Solanke (27′), e os red devils foram mesmo a vencer para o intervalo.

Já na segunda parte, De Gea voltou a ser decisivo ao defender um remate de Brooks (47′) e O’Neil continuou à procura do empate ao lançar Kieffer Moore, com Ten Hag a responder com a entrada de Weghorst, que ficou perto de aumentar a vantagem numa das primeiras vezes em que tocou na bola (63′). Garnacho, Fred e McTominay ainda entraram nos últimos 20 minutos, Bruno Fernandes quase marcou com um remate que obrigou Neto a aplicar-se (76′) e o resultado já não se alterou até ao apito final.

Apito final que praticamente coincidiu com o apito final em Anfield, onde o destino quase se alinhava para o Manchester United: o Liverpool esteve a perder com o Aston Villa até ao minuto 89, resultado que deixava os red devils (e o Newcastle) desde já apurados para a Liga dos Campeões da próxima temporada, mas um golo de Roberto Firmino na despedida dos adeptos adiou as decisões por mais uma jornada. Ainda assim, se vencer o Chelsea já na próxima quinta-feira, a equipa de Bruno Fernandes, Diogo Dalot e companhia já não deixa fugir a presença na liga milionária.