Era algo que o FC Porto há muito procurava e que, quase numa conjugação cósmica, coincidiu com mais dois títulos. Tudo começou com o triunfo na Taça Intercontinental frente ao Sporting, prosseguiu de seguida com o Campeonato Nacional diante do Benfica, teve prolongamento agora este mês com a conquista da Liga dos Campeões que fugia há mais de três décadas ao clube entre 11 finais perdidas. Depois de uma fase regular que deixou muito a desejar (quarto lugar atrás de Benfica, Sporting e Óquei de Barcelos) e de uma Final Four da Taça de Portugal logo com uma derrota nas meias diante do Sp. Tomar, o triunfo frente ao Valongo era quase uma rampa de lançamento para uma viragem de página da temporada, confirmada com a passagem por 2-1 nos quatros com a Oliveirense. No entanto, e no arranque das meias, o Benfica foi melhor. Muito melhor. E a goleada por 5-0 a abrir no Pavilhão da Luz seria determinante para aquilo que iria acontecer no jogo 2.

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“Nestes jogos equilibrados, contra boas equipas, os pequenos pormenores fazem a diferença. Podem ser as bolas paradas, eos rros na defesa ou no ataque, mas acho que o mais importante é demonstrarmos vontade de ganhar. Não começámos como queríamos. Foi um jogo esquisito em que não estivemos tão mal como o resultado ilustra, mas o playoff tem destas coisas. Perder por um ou por cinco é igual, está 1-0 para eles. Temos de ser muito intensos, agressivos, demonstrar muita vontade, correr imenso e fazer o nosso jogo, porque só assim poderemos ganhar. O mais importante é demonstrarmos vontade de ganhar, isso faz muita diferença”, tinha destacado no lançamento da partida o guarda-redes portista Xavi Malián.

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“O FC Porto tem sido a equipa com quem nos temos cruzado mais vezes esta época. Estamos satisfeitos pelo jogo que fizemos em casa, pelo ambiente, pelo resultado, mas isso já é passado. Sabemos o que representa jogar na casa do adversário mas conseguimos uma boa vitória depois de duas derrotas. Cada jogo tem a sua história no playoff e temos de competir de igual forma, crentes de que podemos e devemos estar na final. Estamos à espera de um desafio difícil, vamos respeitar o adversário muita qualidade mas temos o objetivo bem definido para este encontro”, salientara Pedro Henriques, guarda-redes dos encarnados.

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Naquele que seria o sétimo clássico da temporada (com possibilidade de chegar aos dez, caso a eliminatória vá a uma “negra” como a última final do Campeonato entre ambos), o FC Porto até partia em vantagem com os dois triunfos no Campeonato, a vitória nos quartos da Liga dos Campeões e o sucesso na Elite Cup (o Benfica antes ganhara a Supertaça e o jogo 1 destas meias) mas tinha pela frente um conjunto encarnado que foi o melhor na fase regular e que chegava apostado em bater pela segunda vez os dragões para ficar com a final quase “fechada”. Agora, em mais um duelo entre os irmãos franceses Carlo e Roberto di Benedetto, o mais velho voltou a levar a melhor, empatando a eliminatória nas meias-finais com um hat-trick.

Num filme visto algumas vezes na última temporada no Dragão Arena, o FC Porto entrou melhor, a ameaçar a baliza de Pedro Henriques e a inaugurar o marcador cedo, como francês Carlo di Benedetto a atirar um míssil cruzado sem hipóteses para o 1-0 (4′). Nuno Resende parou de imediato o jogo mas nem por isso os azuis e brancos deixaram de estar por cima, a forçar um segundo golo que não chegou. Com isso, as águias foram ganhando vida, equilibraram a partida, tiveram também oportunidades e empataram mesmo antes do intervalo por Lucas Ordoñez, num remate cruzado quando os visitados jogavam em under play depois de um cartão azul a Gonçalo Alves com o jogo parado em mais um lance de protestos com a arbitragem (19′).

A segunda parte começou com mais quezílias, um lance em que Pedro Henriques atingiu Carlo di Benedetto na área com o stick explicando que foi sem querer (e sem que nada fosse assinalado) e um maior receio das duas equipas em não sofrer do que praticamente em marcar. Assim, as bolas paradas voltariam a assumir o protagonismo, com Gonçalo Alves a aproveitar um livre direto após a décima falta dos encarnados para fazer o 2-1 (34′). O Benfica teve uma resposta rápida saída “de livro” que teve início em Carlos Nicolía, passou por Ordoñez a assistir de primeira e foi concluída por Diogo Rafael (36′) mas o FC Porto fez o 3-2 de seguida em mais um tiro de Carlo di Benedetto quando estava a ser defendido pelo irmão que se mudou este ano para a Luz, Roberto di Benedetto (37′), antes de assistir Ezequiel Mena para o 4-2 (39′) e fazer o 5-2 após um roubo de bola que o colocou 1×0 com Pedro Henriques para fazer o golo com uma picadinha (40′).