Houve um pouco de tudo numa novela que começou por ser entre países que faziam fronteira mas se tornou depois mundial. Porque colocava em confronto os símbolos do “velho” e do novo futebol, porque teve equipas de advogados à espera, emails, telefonemas, viagens ao Qatar e intervenção do presidente francês pelo meio, porque terminou com um cenário que não era propriamente o mais esperado na altura em que se soube qual era a decisão final. Kylian Mbappé já é um dos jogadores com mais holofotes no mundo mas conseguiu criar todo um filme que o colocou no centro de todas as decisões. No fim, acabou por escolher permanecer no PSG mediante determinadas condições e não rumar ao Real Madrid que tinha tudo pronto para a apresentação. Um ano depois, tudo parece voltar ao mesmo após uma época onde ambos falharam os principais objetivos. E o filme “Sei o que fizeste o verão passado” conhece um remake por culpa da vontade do jogador.

Chamadas por Skype com Florentino, casa em La Moraleja, quatro contratos feitos: o que fez Mbappé ficar no PSG (e o papel de Qatar e Macron)

De acordo com o L’Équipe, o avançado francês de 24 anos está a considerar não exercer a cláusula de opção que consta no seu contrato para prolongar o vínculo com o campeão francês (que pode revalidar o título este fim de semana). Ou seja, e em termos práticos, Mbappé renovou por duas temporadas com o PSG, que iam acabara em 2024, mas tinha uma opção unilateral de renovação por mais uma época – a tal que o jogador estaria a pensar deixar na gaveta. Ou seja, e contas feitas, o número 7 poderia estar apenas a seis meses de ficar novamente como agente livre, o que permitiria novo desafio por parte do Real Madrid.

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Essa decisão terá de ser tomada até 31 de julho, sendo que ao longo da temporada houve momentos em que Kylian Mbappé foi abrindo a porta a uma eventual saída perante decisões com as quais não concordava e outras fases em que se mostrou apostado em ser uma bandeira do projeto desportivo dos franceses. O que poderia também pesar é exatamente esse ponto, sendo que o PSG prepara uma nova revolução sem Lionel Messi, sem Christophe Galtier, provavelmente sem Neymar e com mais mudanças em vista. Contudo, e segundo a publicação gaulesa, “o cenário agora é distinto”. No entanto, a equipa francesa parece acreditar na continuidade do avançado, até porque passará a ser mais do que nunca a grande estrela da companhia.

O terramoto ganhou outro epicentro: Mbappé no Real por 180 milhões para jogar com ídolo Ronaldo

Em Madrid, como explica o jornal As, a esperança parece estar de novo acesa sendo que, depois de tudo o que se passou na última época, o Real só admite a contratação de Mbappé a custo zero (que é tudo menos isso, tendo em conta os prémios de assinatura e os ordenados em causa). Ou seja, os merengues não fecham a porta à contração do francês mesmo depois da recusa no último verão mas sempre num negócio que tivesse as mesmas características daquelas que podiam ter acontecido em 2022 após os 180 milhões de euros oferecidos pelo conjunto espanhol ao PSG que foram recusados mesmo perante o risco do custo zero.

“Percebo a desilusão dos adeptos do Real Madrid. Espero que também entendam a minha decisão…”. As explicações de Mbappé depois de renovar

Um dos pontos que dá confiança aos dirigentes do Real Madrid passa pelo comunicado feito por Mbappé ao anunciar a permanência no PSG. “Quero agradecer de forma sincera ao Real e ao seu presidente, Florentino Pérez. Reconheço a oportunidade e o privilégio que foi ter sido desejado por uma instituição com a sua grandeza”, escreveu, antes de admitir mais tarde que sabia que tinha criado alguma desilusão pela opção de carreira mas que iria apoiar os espanhóis na final da Champions com o Liverpool, que viria mesmo a acabar com um triunfo por 1-0 com golo de Vinícius Júnior. Também Florentino Pérez, que numa primeira instância teve uma frase dura dizendo que “nenhum jogador na história está ou esteve acima do Real”, abriu as portas a uma reaproximação com a ideia de que “a vida e a ligação ainda não tinham acabado”.

Real Madrid pagava 214 milhões em 2017 por Mbappé, que foi para o PSG mesmo com pedidos recusados