Roger Schmidt não é propriamente um treinador que expresse muito as suas emoções mas aquele passar de minutos na segunda parte à espera que Rui Costa desse o apito final foi uma mistura de muitas sensações ao mesmo tempo. Alegria, orgulho, alívio até como o próprio acabaria por admitir na primeira vez que falou na condição do campeão. A decisão que a certa altura parecia ser uma questão de tempo ficou adiada para a última jornada mas chegou com uma vitória por 3-0 frente ao Santa Clara que carimbou mais uma vez com os açorianos a conquista do título como tinha acontecido há quatro anos na última conquista do clube da Luz.

Schmidt tem um livro e deu-lhe o título no início da aventura: “Se amas futebol, amas [este] Benfica” (a crónica do jogo que deu campeão)

O alemão que chegou há pouco mais de um ano a Lisboa para treinar o Benfica conseguiu tornar-se logo na época inicial o 15.º treinador estrangeiro a ser campeão pelos encarnados (27.º na história da Primeira Liga), sucedendo a Giovanni Trapattoni que tinha sido o último nessa condição a ganhar há 18 anos.

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“Foi uma longa luta toda a temporada e precisámos do último jogo para vencer o título. Estamos muito orgulhosos, contentes e aliviados. A equipa esforçou-se muito toda a temporada e mereceu ser campeã. Agora conseguimos, estamos felizes pelos nossos adeptos, são a grande motivação para lutarmos e sabemos que estão felizes. Hoje é um ótimo dia para o Benfica”, começou por dizer em declarações à BTV. “Aos adeptos já lhes disse, hoje e toda a temporada, que estiveram connosco e isto não tinha sido possível sem eles. Agora desejo-lhes um excelente verão”, acrescentou ainda o treinador dos encarnados.

“Um momento especial? Claro que sim, muito especial. Estou aqui há um ano. É um clube extraordinário, com tanta gente a apoiá-lo e com tanta paixão. Ter sucesso no Benfica traz felicidade a muita gente. Começámos no verão passado e agora chegámos ao fim. Foi uma longa viagem, muito trabalho, mas estou feliz pelos jogadores. Deram o máximo todos os dias. Hoje é um dia muito feliz e estou muito feliz, mas preciso de uns tempos para me acalmar”, acrescentou depois num balneário que já estava em festa.

“Não consigo descrever… É uma mistura de grande felicidade, tenho um orgulho de fazer parte do Benfica e um grande alívio para ser sincero porque foi uma viagem muito longa e foi com grande esforço que chegamos aqui, desde que começamos no verão passado o objetivo era voltar a ser campeão. Sabíamos que o Benfica não vencia troféus há quatro anos e sabíamos que a nação benfiquista queria uma época bem sucedida. Foi uma grande motivação para nós, uma luta difícil. Precisámos de 87 pontos para ser campeões, é muito. Só o conseguimos na última jornada, estamos muito contentes, estou muito feliz pelos meus jogadores, pelo pessoal todo porque todos se empenharam a fundo esta temporada, vejo todos os dias como trabalham, tentaram tudo para ser a melhor equipa de Portugal”, disse depois na conferência de imprensa.

“Tinha esperanças de conseguir trazer a esta nau a bom porto, estávamos pressionados para vencer e mostrar uma boa atitude e acabamos por vencer. Ao fim de 34 jornadas quem tem mais pontos merece ser campeão. Não foi só o facto de sermos campeões mas a forma como fomos campeões, jogámos um bom futebol, um futebol de ataque. Um pouco segundo a filosofia do Benfica, temos no historial jogadores como Eusébio e Chalana, quem os viu jogar sabe que tentavam sempre entusiasmar os adeptos e jogavam por troféus. Esta temporada conseguimos ter essa recompensa com o troféu hoje”, acrescentou antes do habitual banho dos jogadores, que entraram na sala, provocaram o alvoroço e saíram com o técnico encharcado.