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10 to 10: de uma amizade pandémica nasceu uma marca sem desperdícios e para todos os corpos

Este artigo tem mais de 1 ano

“Um pacto que temos é que nunca vamos fazer uma peça que não vestiríamos”, confessam ao Observador Sandra e Alejandra, as parceiras e amigas que lançaram este projeto.

O colete é de tamanho único, bem como várias das suas propostas
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O colete é de tamanho único, bem como várias das suas propostas

O colete é de tamanho único, bem como várias das suas propostas

“Não estamos a desenhar para uma top model, não estamos a desenhar para uma mulher específica. Estamos a desenhar para nós, porque entre as duas temos englobadas uma série de silhuetas, de atividades, de mulheres que têm uma vida ativa, mas que também se querem vestir com estilo”, explica ao Observador Alejandra Salvatore. A outra metade das “duas” que refere é Sandra Barradas, com quem lançou em outubro do ano passado uma marca de roupa feminina sem desperdício e com peças ajustadas a todos os corpos. Chama-se 10 to 10.

Conheceram-se através de amigos em comum durante a pandemia. Em setembro de 2021, entraram para um grupo que toma banhos de mar todas as sextas-feiras e Sandra resolveu convidar Alejandra para irem tomar um café. “Perguntei-lhe se queria lançar comigo uma marca de roupa de senhora. Temos gostos tão parecidos”, recorda sobre o convite espontâneo. “Fiquei surpreendida”, diz Alejandra. “Gostávamos uma da outra, mas conhecíamo-nos há pouco tempo. Disse-lhe que ia pensar.”

Imagens da nova coleção da 10 to 10

Pensou e aceitou. As sextas-feiras passaram a ser também dias de reuniões, onde trocavam ideias sobre o que achavam que faltava numa marca de roupa feminina. “Nós temos corpos bastante diferentes. Às vezes não é fácil encontrar peças nos tamanhos maiores que sirvam e que fiquem bem”, explica Sandra. De um refletido processo criativo chegaram ao resultado desejado, que já se materializou em quatro coleções de vestuário que assenta bem em vários tipos de corpos, mais finos ou mais largos, mais altos ou mais baixos.

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“Um pacto que temos é que nunca vamos fazer uma peça que não vestiríamos”, conta Sandra. Também houve coisas de que aprenderam a gostar uma com a outra. “Esperava tudo na minha vida menos vir a usar uns calções no verão”, ri-se enquanto explica que foi Alejandra quem a fez dar uma segunda oportunidade a tal modelito. “Ela gostava menos de cor do que eu gosto e na primeira coleção lançámos umas calças amarelas”, continua, antes da parceira completar: “E eu agora tenho umas calças amarelas, nunca na vida ia acreditar nisso. Cada uma teve de sair da sua zona de conforto e foi puxando a outra a sair da sua.”

Para se forçarem, lá está, a sair das suas zonas de conforto, resolveram também servir como modelos para a primeira campanha da marca. “Gostamos de fotografar com, como se diz, ‘pessoas normais’. Não que as modelos não o sejam, mas acredito que os clientes se identificam muito com o projeto por fazermos esta escolha”, explica Alejandra. Das quatro campanhas que fotografaram, apenas uma contou com uma modelo profissional.

Sandra Barradas e Alejandra Salvatore na primeira campanha da 10 to 10

As “barreiras”, como referem, que as mulheres erguem em torno de si mesmas estão muito presentes no conceito, mais precisamente a vontade que têm de as quebrar. “Eu vejo coisas super positivas na Sandra e ela vê coisas super positivas em mim, mas quando olhamos para nós próprias não vemos essas coisas. Por que é que somos tão exigentes connosco?”, questiona Alejandra, e a pergunta não se aplica só a elas, mas às mulheres em geral.

O nome da marca foi buscar inspiração ao plano que guiou a produção desde o início e que passa por criarem apenas 10 unidades de cada peça. Para fecharem esse ciclo, resolveram lançá-la a 10 de outubro, o décimo mês. “O 10 é nosso amigo, ajuda-nos a ter um ponto de partida para a produção”, revela Sandra. Apesar de continuarem a seguir este processo, perceberam desde cedo que, por vezes, essas unidades não são suficientes quando a procura é maior, o que já as levou a relançarem várias vezes algumas peças.

Cada peça é produzida em 10 unidades e não há desperdício de stocks

“Escolher algodão orgânico não é sinónimo de se ser sustentável. Fala-se muitas vezes na escolha dos materiais, mas a preocupação com o desperdício que se gera é uma das partes mais importantes no que diz respeito às escolhas sustentáveis”, conta Alejandra. Na 10 to 10 não há desperdício de tecidos, todos são gastos até ao fim e comprados exatamente nas quantidades necessárias para produzir as peças. Usam fábricas locais, num raio de 50 quilómetros da zona do Porto, e grande parte da confeção é feita num atelier que trabalha praticamente em exclusivo para o projeto.

Uma arquiteta, uma engenheira têxtil e duas marcas infantis

Alejandra formou-se em arquitetura e já tinha fundado uma marca de moda feminina na capital espanhola, que chegou a ser apresentada na Semana da Moda de Madrid. Mais tarde, lançou a marca de roupa infantil Severina Kids. Sandra é engenheira têxtil e passou pelo departamento de desenvolvimento da Nike. Há 10 anos também fundou uma marca para miúdos, a Cherry Papaya — mais um ponto que partilham em comum.

“É aquela história muito tradicional. Conhecia bem o tecido empresarial aqui no norte e, quando fui mãe, queria ficar em casa com as minhas filhas, por isso lancei o projeto. Às vezes, quase que parece que foi uma preparação para chegar aqui”, confessa, um sentimento que partilha com Alejandra. Para a segunda, o percurso que a trouxe a este ponto “foi muito orgânico”.

As peças destacadas pelas fundadoras: o vestido de ganga que também serve como casaco e as "riscas perfeitas" do vestido castanho

Para já, a loja online é o único ponto de venda permanente, por isso gostam de mostrar as peças ao vivo em pop-ups, para que as pessoas as possam conhecer. Desta nova coleção — e após breve indecisão — conseguem destacar cada uma uma peça. “O vestido às riscas”, escolhe Alejandra. “Estávamos à procura da risca perfeita e, como não a encontrávamos, desenhámos a nossa própria risca.” Para Sandra “é o vestido de ganga. Ficou muito versátil, é vestido e casaco, e eu gosto muito de peças funcionais, que possam ser vestidas de várias maneiras. A cor também ficou perfeita.”

100% português é uma rubrica dedicada a marcas nacionais que achamos que tem de conhecer

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