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Depois de um fim de semana em que Kiev sofreu o “ataque de drones mais significativo” desde o início da invasão russa, a capital ucraniana sofreu um outro ataque na madrugada desta segunda-feira. Horas depois, bombardeamentos nas ruas de Kiev deixaram pelo menos uma pessoa hospitalizada.

Neste que é o 460.º dia de guerra, a cidade russa de Belgorod também voltou a ser atacada — as forças ucranianas atacaram a região russa fronteiriça com a Ucrânia, segundo o governador local.

Paralelamente, o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia declarou que considera incerto o futuro do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos e de fertilizantes russos a partir dos portos do Mar Negro. Para Sergei Lavrov, se a situação “não mudar” vai ser preciso “assumir que o pacto já não funciona”.

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Ao final do dia, Zelensky usou a sua comunicação diária em vídeo para anunciar que “foram tomadas decisões” relativamente à contraofensiva ucraniana, nomeadamente em termos de timing.

Eis um resumo dos outros acontecimentos que marcam 460.º dia da invasão russa na Ucrânia:

O que se passou durante a tarde e início da noite?

  • O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou que “foram tomadas decisões” sobre movimentações de tropas, o que pode ser um primeiro sinal de que a anunciada contraofensiva ucraniana vai avançar em breve.
  • O conselheiro presidencial ucraniano Mykhailo Podolyak sugeriu que seja incluída a criação de uma zona desmilitarizada em território russo qualquer acordo de paz que possa vir a ser assinado entre Ucrânia e Rússia.
  • O chefe da empresa russa de mercenários Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirma que fez uma proposta a Moscovo para defender as zonas russas perto da fronteira com a Ucrânia, que incluíam a defesa daquela área assegurada por voluntários armados — e que essa proposta terá sido rejeitada pelo Kremlin.
  • O governador ucraniano da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, anunciou que duas pessoas morreram e oito ficaram feridas num ataque russo esta manhã.
  • O Presidente da Polónia, Andrzej Duda, confirmou que irá promulgar a proposta de lei para criar uma comissão de inquérito à influência russa no país — proposta essa que tem sido criticada pela oposição, que considera que está a ser usada pelo partido no poder, o Lei e Justiça (PiS) na sigla original como forma de perseguição política aos adversários.
  • A Dinamarca vai doar quase 2,4 mil milhões de euros adicionais à Ucrânia através de um fundo destinado à aquisição de equipamentos militares, anunciou esta segunda-feira a primeira-ministra, Mette Frederiksen.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros sueco, Tobias Billström, anunciou que se vai reunir esta semana com o homólogo turco, Mevlüt Çavuşoğlu, para discutir a adesão da Suécia à NATO — que tem sido barrada pela Turquia.
  • O chefe da diplomacia europeia, Josep Borrell, diz não estar otimista sobre a situação na Ucrânia e o que pode acontecer nos próximos meses. Borrell garantiu também o fornecimento de aviões de combate F-16 à Ucrânia: “Ainda não os demos, mas vamos dá-los”.
  • O representante da União Europeia na Geórgia, Pawel Herczynski, fez um protesto formal junto do governo da Geórgia por ter restabelecido os voos entre o país e a Rússia.
  • O Presidente ucraniano assinalou o Memorial Day — dia em que se recordam os norte-americanos que morreram em combate nos EUA — prestando tributo aos cidadãos norte-americanos que morreram a combater na Ucrânia desde o início da invasão de grande escala

O que se passou durante a manhã e início da tarde?

  • A Rússia colocou Lindsey Graham na lista de procurados, depois de o senador republicano ter classificado “russos a morrer” como “o melhor dinheiro que já gastámos [EUA]”, num encontro com o Presidente ucraniano.
  • O Presidente da Bielorússia, Alexander Lukashenko, um dos maiores aliados da Rússia de Putin, anunciou “armas nucleares para todos” os que se juntem à parceria Minsk-Moscovo.
  • A cidade Khmelnytskyi, a cerca de 300 quilómetros de Kiev, foi alvo de ataques aéreos.
  • Kiev foi bombardeada durante a manhã, com várias pessoas a relatar, pelo menos, sete explosões. O presidente da Câmara apelou à população que procurasse abrigo – e muitos fizeram-no no metro de Kiev. Há já uma pessoa hospitalizada.
  • Vyacheslav Gladkov diz que Belgorod, região russa fronteiriça com a Ucrânia, voltou a ser atacada pelas forças ucranianas. Numa declaração publicada na rede social Telegram, o governador russo diz que duas instalações industriais foram atacadas e que há quatro pessoas feridas. Segundo Gladkov, várias povoações estão sem eletricidade.
  • 483 crianças morreram desde o início da guerra. O balanço é do portal estatal ucraniano “Children of War“. Até à data, há ainda 394 crianças desaparecidas.
  • O ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia considerou incerto o futuro do acordo sobre a exportação de cereais ucranianos e de fertilizantes russos a partir dos portos do Mar Negro. Para Sergei Lavrov, se a situação “não mudar” vai ser preciso “assumir que o pacto já não funciona”.