Já tinham sido oito, passavam agora a ser nove, podiam ainda chegar aos dez. Quando se pensa num jogo de hóquei em patins entre FC Porto e Benfica é difícil encontrar grandes segredos para surpreender o adversário tendo em conta o número de confrontos entre ambos mas o facto de este nono duelo poder ser decisivo para a passagem à final do Campeonato em caso de vitória dos encarnados mudava por completo o contexto da partida, com os azuis e brancos a jogarem em casa e sem margem de erro como acontecera na ronda anterior que foi à “negra” contra a Oliveirense. Mais do que isso, havia quase contas por ajustar depois de mais uma exibição de gala dos lisboetas na Luz no jogo 3 que terminou também com nova goleada (7-3).

Benfica volta a golear FC Porto com hat-trick de Álvarez e reconquista vantagem nas meias-finais do Campeonato de hóquei

“A eliminatória está 2-1 para o Benfica, sabemos que não estivemos no nosso melhor e queremos resolver isso para empatarmos. Voltamos a jogar mais uma final, queremos muito estar no domingo na Luz e cabe-nos ver o que fizemos mal no terceiro jogo para melhorar. Temos que entrar da mesma maneira que entrámos no segundo jogo, com muita vontade. Vamos fazer de tudo para controlarmos o jogo desde o início e durante os 50 minutos. Não há muito que se possa ir buscar a nível tático porque já nos defrontámos muitas vezes este ano. Tudo se vai decidir em pormenores. Se estivermos a perder temos de nos controlar para dar a volta e, se estivermos a ganhar, controlar o jogo para não perdermos o foco”, dissera aos meios do clube Gonçalo Alves, melhor marcador dos portistas, no lançamento de novo clássico no Dragão.

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“Estamos satisfeitos por termos nesta altura a vantagem da eliminatória do nosso lado, podemos agora fechar já a eliminatória. É um adversário muito complicado, uma grande equipa que fica ainda melhor a jogar em casa mas estamos tranquilos, a desfrutar do nosso hóquei. A equipa está a jogar com muito carácter e intensidade e esperamos fazer uma exibição como a do último jogo. Jogar em casa tem peso e conseguimos aproveitar isso. Sabemos bem quem vamos enfrentar, que jogamos contra adeptos e contra tudo, mas devemos começar desde o primeiro minuto”, comentara o avançado benfiquista Pablo Álvarez à BTV.

Benfica está um passo à frente rumo à final: encarnados goleiam FC Porto na Luz

Ao todo, e antes deste jogo 4 das meias-finais no Dragão, os portistas tinham uma ligeira vantagem sobre os encarnados no confronto direto com cinco vitórias (duas na fase regular do Campeonato, uma no playoff, uma na Liga dos Campeões e uma na Elite Cup) contra apenas três do rival (duas neste playoff mais uma Supertaça). E assim continuaram, ganhando mais uma vez no Dragão Arena e levando tudo para a “negra” que se vai realizar agora no Pavilhão da Luz numa fase em que quem jogou em casa, ganhou. O vencedor dessa partida marcada para domingo vai defrontar na final o Sporting, que ganhou a sua série das meias-finais frente ao Óquei de Barcelos com três triunfos sempre complicados (um no prolongamento).

Tal como o FC Porto não aprendeu a lição do jogo 1 no jogo 3, também não se pode dizer que o Benfica tenha aprendido a lição de início do jogo 2, deixando que os dragões tivessem outra entrada a todo o gás com um golo de Carlo di Benedetto após assistência de Xavi Barroso (3′) e mais lances perigosos perto da baliza de Pedro Henriques. Foi por isso que Nuno Resende não demorou a parar a partida, acertando movimentações a defender e a atacar que recolocaram o equilíbrio normal entre os dois conjuntos e foram permitindo mais oportunidades junto das duas balizas até ao empate por Pablo Álvarez, com um bom trabalho a partir de trás da baliza para conseguir desmoronar a parede que estava a ser Xavi Malián até esse momento (14′).

Ricardo Ares parou de seguida o encontro e o resultado também foi imediato, com Rafa a marcar o 2-1 (18′). E não ficaria por aí até ao intervalo: numa fase em que os encarnados levavam já oito faltas contra seis dos azuis e brancos, aproximando-se cada vez mais do livre direto, Lucas Ordóñez viu o seu segundo cartão azul e Gonçalo Alves não perdoou na primeira bola parada do jogo, fazendo o 3-1 já perto do intervalo (24′).

Os encarnados teriam de procurar outro tipo de entrada no segundo tempo e Pedro Henriques como que deu o mote, defendendo o livre direto e a recarga de Gonçalo Alves logo a abrir no seguimento da décima falta (28′). E até foi mesmo o Benfica a conseguir reduzir a desvantagem quando o FC Porto estava ainda com nove faltas, vendo Gonçalo Pinto aproveitar um lance confuso na área para fazer o 3-2 quase sem ângulo (36′). No entanto, pouco depois, Telmo Pinto voltou a colocar o avanço nos dois golos (39′), numa vantagem que se manteve depois de Xavi Malián defender um livre direto de Pablo Álvarez. O encontro acabaria da pior forma, com Pedro Henriques a ver o cartão azul por alegada agressão a Carlo di Benedetto no lance que deu o 5-2 antes de um pequeno empurrão ao guarda-redes de um adepto portista na zona técnica dos encarnados que provocou um final mais tenso num clássico que teve um total de sete cartões azuis (47′).