O Algarve foi a região escolhida para a primeira cerimónia de sempre do Guia Michelin em que Portugal apresenta a sua própria seleção de estrelas separada de Espanha e com um evento próprio. A cerimónia vai acontecer a 27 de fevereiro de 2024 no hotel NAU Salgados Palace & Congress Center da Guia, em Albufeira, anunciou esta sexta-feira Nuno Ferreira, representante do Guia Michelin em Portugal, em conferência de imprensa na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro.

O jantar da gala que vai assinalar a publicação do “Guia Michelin Portugal 2024” vai ser coordenado pelo austríaco Dieter Koschina, chef do Vila Joya, o primeiro duas estrelas do país, distinção que mantém desde 1999, e Rui Silvestre, à frente do Vistas Rui Silvestre, o então mais novo chef português de sempre a receber o astro, em 2015, com 29 anos, na altura à frente do Bon Bon, no Carvoeiro — atingiu, em 2019, a mesma distinção para o espaço gastronómico que comanda no resort de luxo Monte Rei Golf & Country Club. O evento contou com a presença de Luís Araújo, presidente do Turismo de Portugal, e João Fernandes, Presidente da Região de Turismo do Algarve, parceiros na organização da cerimónia, que deverá contar com entre 450 a 500 pessoas.

A conferência de imprensa decorreu na Escola de Hotelaria e Turismo do Algarve, em Faro.

A escolha do Algarve foi feita para destacar “um dos destinos gatronómicos de referência da Europa, com uma vasta riqueza culinária, que atrai inúmeros amantes da gastronomia provenientes de todos os cantos do mundo”, destaca a organização, agora em comunicado. Na conferência de imprensa, Luís Araújo lembrou que “o Algarve e os chefs” da região têm tido um papel fundamental na “promoção da gastronomia portuguesa”, aqui com especial destaque para o produto do mar, o pescado e o marisco. Dos 38 restaurantes com estrelas Michelin em Portugal, oito ficam no Algarve, incluindo dois dos sete com duas estrelas.

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Sobre a possibilidade de um aumento no número de espaços distinguidos com o astro, Nuno Ferreira adianta que uma cerimónia exclusivamente nacional não significa necessariamente que haverá mais estrelas. “Nunca a existência de uma cerimónia influenciou o número das estrelas.”

O número de inspetores também continua sem ser revelado, mas o responsável pelo Guia em Portugal detalha que da equipa internacional fazem parte elementos de mais de 15 nacionalidades, que circulam pelo mundo todo e que, anualmente, fazem uma média de 300 refeições, entre almoços e jantares, para avaliar os restaurantes.

Depois do Algarve, o objetivo é que, nas próximas edições, a cerimónia se desloque para outras regiões portuguesas. “A ideia é que esta gala circule pelo país”, detalhou Luís Araújo, destacando a riqueza e diversidade gastronómica das sete regiões portuguesas.

Guia Michelin. De José Avillez a Vasco Coelho Santos, há 5 novas estrelas em Portugal

Em 2023, cinco restaurantes portugueses foram distinguidos com novas estrelas Michelin: o Encanto (José Avillez) — o primeiro vegetariano da Península Ibérica incluído no Guia —, o Kabuki Lisboa (Paulo Alves) e o Kanazawa (Paulo Morais), em Lisboa; o Euskalduna Studio (Vasco Coelho Santos) e o Le Monument (Julien Montbabut) no Porto. Houve também um novo restaurante com uma estrela verde, o Mesa de Lemos, em Passos de Silgueiros, Viseu.

Além de recomendar as melhores mesas do país, o “Guia Michelin Portugal 2024” vai dar ênfase à sustentabilidade precisamente através da estrela verde, que reconhece restaurantes e chefs particularmente dedicados à gastronomia sustentável.

Guia Michelin. Restaurantes com ‘estrela verde’ têm impacto real na sociedade