Talvez houvesse outra forma mais original de começar a descrever o título do FC Porto do que dizendo algo que é evidente: um campeonato, pelo menos nos moldes em que se disputa o de andebol, é uma prova de regularidade. Acontece que aquele clássico entre o FC Porto e o Sporting (30-29), dada a proximidade pontual entre os dois rivais, foi uma autêntica final. Nessa ocasião, a equipa azul e branca saltou para a liderança e até ao fim foi uma questão de se manter à tona na tabela.
Duas vitórias largas contra Vitória FC e ADA Maia, em que os dragões conseguiram atingir os 42 golos levaram até à última jornada a decisão de um título que até podia, na penúltima jornada, ter sido entregue pelo Benfica, uma vez que, se os encarnados conquistassem pontos no dérbi contra o Sporting, o FC Porto era campeão nacional. Apesar de tudo, os leões conseguiram vencer, tal como tinham feito na partida anterior contra o Belenenses, equipa que retirou as águias da luta pelo título.
Às portas do último jogo, o FC Porto tinha mais um ponto do que o Sporting, sendo que os dragões visitavam o Marítimo e os leões a ADA Maia. A equipa de Alvalade estava dependente de um deslize do adversário. Tratando-se de dois jogos em que o candidatos eram favoritos, vencer acabaria por não resultar em felicidade para os dois lados. “Ainda temos uma chance”, dizia o jogador sportinguista Espen Våg aos canais do clube.
No entanto, as hipóteses assistiram à vitória do FC Porto contra o Marítimo e abandonaram a companhia do Sporting. Os portistas que, já na antevisão, pela voz de Daymaro Salina, tinham admitido: “Foi para isto que trabalhámos a época toda”. Num “daqueles que se joga com o coração”, como descreveu o pivô os dragões acabaram por bater os madeirenses por 33-25, conquistando o troféu.
A vitória do Sporting contra a ADA Maia por 32-23 tornou-se inútil perante o cenário montado. Os dragões terminaram a prova com 75 pontos e com o 24.º título, o quarto seguido (em 2019/2020, o título não foi atribuído), e os leões com 74. O título que valeu o tetra foi aquele que ficou decidido pela menor margem pontual entre as conquistas mais recentes dos azuis e brancos.