Enquanto os cidadãos britânicos – e de muitos outros países – estavam sujeitos a duras medidas de confinamento pandémico e redução de contactos pessoais, na sede do partido conservador o Natal foi celebrado com dança, comida e bebida. Um vídeo que chegou agora à imprensa britânica (exclusivo do Mirror) mostra como os funcionários do “quartel-general” do partido festejaram a quadra natalícia, a mais recente polémica do caso conhecido como “Partygate”, que já levou Boris Johnson a renunciar ao seu lugar de deputado no parlamento britânico.

Os membros dos conservadores foram filmados numa festa de Natal, a dançar e a beber, vestidos com camisolas alusivas à época natalícia, sem qualquer distanciamento físico, tal como ditavam as regras na altura. Naquele momento, o uso da máscara era obrigatório e os cidadãos não estavam autorizados a fazer ajuntamentos nem saídas de casa sem justificação.

O vídeo e as fotografias foram divulgados pelo Mirror e, de acordo com a publicação, estavam na festa, pelo menos, 24 pessoas — só no vídeo contam-se nove.

Nas imagens surgem, pelo menos, dois nomes conhecidos do partido conservador. O primeiro é Shaun Bailey, autarca de Londres e que é descrito como o organizador da festa, e o segundo é Ben Mallet, o diretor da campanha dos conservadores durante as eleições em Londres, em 2021.

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Depois da divulgação do vídeo, um porta-voz do partido conservador disse que teve conhecimento de um “encontro social não autorizado” a 14 de dezembro de 2020 e que o partido avançou com uma “ação disciplinar contra quatro funcionários” que estavam presentes naquela festa.

Boris Johnson renuncia ao lugar de deputado no parlamento britânico com efeitos imediatos devido ao caso “Partygate”

Boris Johnson não esteve presente nesta festa, mas é conhecido que o antigo primeiro-ministro britânico esteve em vários encontros durante a pandemia. Aliás, esta semana, foi divulgado o relatório do Comité dos Privilégios Parlamentares e as conclusões deste documento levaram à demissão de Boris Johnson do cargo de deputado parlamentar. O grupo de investigação tem analisado as revelações do “Partygate” e concluiu que Johnson enganou “deliberadamente” o Parlamento britânico.

“Chegámos à conclusão de que algumas das negações e explicações do Sr. Johnson foram tão desonestas que foram, por natureza, tentativas deliberadas para enganar o Comité e a Câmara [dos Comuns]”, lê-se no documento de mais de 100 páginas.

Boris Johnson enganou “deliberadamente” o Parlamento britânico, conclui relatório do “Partygate”