Um olhar de agradecimento quando percebeu que Fernando Gomes, presidente da Federação, lhe estava a entregar duas réplicas da camisola 17 com que se estreou na Seleção e da 7 com que faria o 200.º encontro. Um sorriso quando viu a placa dos recordes do Guinness entregue por Humberto Coelho, vice da FPF, como que assinalar mais um feito com aquele “carimbo” que só está ao alcance dos melhores entre os melhores. Um aceno com especial reconhecimento à representante da Islândia que, mesmo sendo adversária nos 90 minutos seguintes, assinalou a data com um ramo de flores que levou a um aceno geral a todo o público que lhe batia palmas de pé. Aos 38 anos, as homenagens a Ronaldo são um momento à parte de tudo o que representa uma homenagem e aquilo que aconteceu perto do final do jogo mostrou o porquê disso mesmo

Com outros era sorte, com Ronaldo é só destino (a crónica do Islândia-Portugal)

Ao longo de 200 internacionalizações, algo que mais ninguém tem no futebol masculino, o avançado foi titular pela 185.ª vez, somou 120 vitórias, esteve em cinco fases finais de Campeonatos do Mundo e outras tantas de Europeus, ganhou os únicos dois títulos de Portugal com a sua equipa principal. Tudo isso com 123 golos (mais 33 assistências), que não só reforçaram o estatuto de melhor marcador de seleções e de fases de qualificação para o Europeu como deram pela 18.ª ocasião um triunfo a Portugal, algo que já não acontecia desde 2021 quando o número 7 bisou no Algarve frente à Rep. Irlanda. Mesmo num encontro em que as coisas não corriam da melhor forma, a primeira assistência de Gonçalo Inácio na Seleção principal coroou um daqueles dias que tão depressa Ronaldo não vai esquecer… até ao próximo recorde batido.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

“Foi um triunfo com sabor especial, não só pelo dia que foi, pela homenagem, pelo jogo 200… Culminar com um golo, não posso pedir mais. Foi espectacular, inesquecível, por tudo o que se gerou à volta do jogo. Tenho de agradecer aos islandeses e à Federação pela surpresa. E também ao Guinness!”, começou por comentar o avançado na zona de entrevistas rápidas da RTP3. “A exibição não foi boa mas nem sempre podemos jogar como queremos. A Islândia não nos deixou, jogou baixo, direto, deu muita porrada… É difícil mas como o mister disse agora, os apuramentos ganham-se aqui nestes jogos. Nem sempre podemos jogar bem. Hoje foi na luta, foi na guerra, foi no sofrimento. Quero realçar a luta, pois lutámos até ao fim, todos, do princípio ao fim. Estão todos de parabéns, foi um jogo de luta”, acrescentou nesse momento o avançado.

“Não estava à espera de tantas dificuldades. A Islândia é uma equipa que joga muito direto, muito física. Foi um jogo feio na minha opinião, mas tenho de dar os parabéns aos meus companheiros. Podemos nem sempre jogar bonito, podemos jogar feio, mas somos uma equipa aguerrida”, frisou depois à SportTV.

“Golo? Foi muita felicidade, não só por atingir esta marca única e entrar no Guinness, mas porque devo realçar a atitude dos meus companheiros, de todo o staff da Seleção. Acreditamos até ao fim. Ganhamos qualificações com este tipo de jogos mas não posso deixar de frisar que estou feliz por marcar neste dia especial. É uma alegria imensa saber que continuo a alegrar muitas pessoas não só em Portugal mas também lá fora, pela carreira que tenho vindo a fazer, que ainda não terminou. E aquilo que mais quero é continuar assim porque continuo a ser útil, a ajudar, a fazer golos e isso é o mais importante. Enquanto me sentir bem e útil e a ver que as pessoas continuam a gostar de mim e querem o meu contributo, estarei sempre grato à Seleção, ao nosso país e às nossas cores. Sou português com muito orgulho”, concluiu.