Quarenta concertos e quatro bailados marcam a programação do Cistermúsica, festival com que Alcobaça dedica um mês à música clássica no feminino para corrigir a “injustiça de que as mulheres compositoras foram alvo ao longo dos séculos”.

Música no feminino” é o tema do Cistermúsica – Festival de Música de Alcobaça, apresentado esta segunda-feira como “uma edição muito especial” que pretende corrigir “a injustiça de que as mulheres foram alvo ao longo dos séculos em que ficaram sempre para trás, quer ao nível da composição quer da interpretação“, afirmou o presidente da ABA – Banda de Alcobaça Associação de Artes, Rui Morais.

Na sua 31.ª edição, o festival organizado pela ABA apresenta, entre 30 de junho e 30 de julho, quarenta concertos e quatro bailados, 20 dos quais de entrada livre.

Durante um mês, de quarta-feira a domingo, o festival dará a conhecer obras de compositoras como Inês Badalo, Maria de Lourdes Martins, Clara Schumann, Maddalena Casulana, Barbara Strozzi, Fanny Mendelsson e Cécile Chaminade, entre outras.

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O diretor artístico, André Cunha Leal, destacou esta segunda-feira “a sinergia com outros festivais”, que se refletirá em espetáculos como o concerto da Orquestra Metropolitana de Lisboa (01 de julho), em parceria com o Festival Internacional de Música de Espinho, ou o concerto da Jovem Orquestra Portuguesa, numa parceria com o Festival das Artes QuebraJazz que resultará num concerto com Andreï Korobeinikov ao piano (23 julho).

O foco na celebração dos 150 anos do compositor, pianista e maestro russo Sergei Rachmaninov é outro dos destaques programação que dedica um fim de semana a este artista.

Jill Lawson (Portugal) e Eleonora Karpukhova (Rússia) “recuperam um duo antigo para trazer ao Cistermúsica um repertório para dois pianos absolutamente hipnotizante”, sublinhou André Cunha Leal, aludindo ao recital agendado para 20 de julho.

Pavel Gomziakov, Tatiana Samouil e Andrei Korobeinikov protagonizam, a 22 de julho, um recital de violino, violoncelo e piano, outro dos momentos destacados esta segunda-feira pelo diretor artístico.

À programação principal o Cistermúsica junta as linhas programáticas “Outros Mundos”, “Júnior e Famílias”, “Redes” e “Rota de Cister”, que no conjunto levarão músicos de 13 países ao Mosteiro de Alcobaça, a cinco freguesias do concelho (Cela, S. Martinho do Porto, Cós, Bendita e Pataias) e a cidades como Lisboa, Arouca, Évora e Porto de Mós.

A diversificação de locais e estilos musicais tem este ano, como novidade, a realização de concertos de jazz gratuitos, todas as quintas-feiras.

À programação, o festival, que tem por lema “um clássico para todos”, junta uma política de preços acessíveis com bilhetes que variam entre os seis e os 20 euros, através da qual Rui Morais estima “suplantar a adesão o público do ano anterior”, que ascendeu a 10 mil espectadores.

Para tal, espera que contribua o concerto de encerramento, protagonizado pela banda The Gift, de Alcobaça e que levará ao Claustro do Rachadouro, a 30 de julho, a sua versão coral.

Criado em 1992 por iniciativa do município de Alcobaça, o Cistermúsica é organizado, desde 2002, pela Banda de Alcobaça, tendo o apoio institucional da autarquia e da Direção-Geral das Artes.

O festival conta este ano com um orçamento de 550 mil euros, dos quais 50% financiados por patrocinadores, mecenas e receitas de bilheteira.