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“Não fizemos uma ‘marcha de justiça’ para destronar a liderança da Rússia”, garantiu Yevgeny Prigozhin numa mensagem de áudio partilhada no Telegram, nas primeiras declarações após os acontecimentos de sábado na Rússia.
O grupo Wagner fez uma marcha no sábado, tomando de assalto a cidade russa de Rostov. A coluna militar tinha como destino Moscovo, a capital da Rússia, mas ficou a cerca de 200 quilómetros da cidade.
Prigozhin explicou neste áudio que o grupo Wagner não tinha intenção de tomar o poder, mas que a rebelião de sábado “mostrou os sérios problemas de segurança no país”, atirando responsabilidades ao Ministério da Defesa russo.
O líder do grupo mercenário destacou ainda que a chamada “‘marcha pela justiça’” contou com apoio popular e que o protesto teve como intenção “evitar a destruição do grupo Wagner”.
Prigozhin negou ainda que tenha sido assinado qualquer tipo de contrato com o ministro da Defesa da Rússia, frisando que é necessário “responsabilizar aqueles que cometeram erros durante a operação militar especial na Ucrânia.”
No mesmo áudio, Prigozhin realçou as capacidades do grupo Wagner. “Se as ações de 24 de fevereiro [de 2022, dia em que começou a invasão da Ucrânia] tivesse sido feita por uma unidade com o mesmo nível de treino que o grupo Wagner, a operação especial poderia ter durado um dia”.
Prigozhin quis evitar derramamento de sangue
No sábado, após os mercenários do grupo terem percorrido quase mil quilómetros, a marcha foi interrompida. Prigozhin justificou neste áudio que o grupo militar decidiu parar “quando se tornou claro que seria derramado muito sangue”.
“Acreditamos que a demonstração daquilo que estávamos a planear foi suficiente. A nossa decisão de voltar atrás baseia-se em dois fatores: não queríamos derramar sangue russo e, em segundo lugar, marchámos como uma demonstração do nosso protesto.”
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Prigozhin diz ainda que a ação do grupo Wagner contou com “apoio popular” e que a “sociedade exigia” uma demonstração deste género.