A correção nos preços da energia levou a inflação em Espanha a baixar para 1,9% em junho, mas a leitura que exclui a evolução da energia (e dos alimentos não-processados) continua muito elevada, em 5,9%. Esta é a chamada “inflação subjacente” que, ao nível da zona euro, o Banco Central Europeu (BCE) segue de forma muito próxima para avaliar a forma como as pressões inflacionistas estão mais ou menos generalizadas na economia.
Os dados foram revelados esta quinta-feira pelo instituto oficial de estatísticas em Espanha. A inflação de 1,9% em junho, calculada em termos homólogos, contrasta com os 3,2% do mês anterior – mas os economistas já anteviam uma forte redução do ritmo de subida dos preços, apontando em média para uma taxa de 1,7%.
Apesar de ter sido um valor ligeiramente superior ao previsto pelos economistas, a taxa de inflação homóloga de 1,9% marca o nível mais baixo desde março de 2021.
Porém, esta descida da inflação é sobretudo uma consequência da evolução (negativa) recente dos preços da energia. Isso fica evidente no facto de a inflação core (subjacente), uma medida alternativa da inflação que exclui os preços mais voláteis da energia e dos alimentos (frescos) estar num nível muito superior: 5,9%, contra 6,1% no mês anterior.
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